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BE pede ao Governo respeito por quem está na "linha da frente" da Covid

O BE pediu hoje ao Governo, no parlamento, respeito pelos cientistas, profissionais igualmente na "linha da frente" do combate à pandemia da covid-19, mas que ficaram de fora de concursos que lhes permitiam ter um contrato de trabalho.

BE pede ao Governo respeito por quem está na "linha da frente" da Covid
Notícias ao Minuto

18:58 - 29/10/20 por Lusa

Política Pandemia

Segundo o deputado do Bloco de Esquerda (BE) Luís Monteiro, "era importante que o Orçamento do Estado [OE] garantisse o cumprimento do respeito" pelos investigadores e académicos, através da "valorização do seu papel" com um OE "robusto" e não apenas "de continuidade".

Para o deputado, que falava durante a discussão na especialidade da proposta do OE para 2021 para os setores da ciência e do ensino superior, as "carreiras precárias da ciência mereciam uma resposta mais concreta".

Luís Monteiro evocou casos de cientistas que pararam a investigação que tinham em curso, se reorganizaram para "dar resposta" à pandemia e ficaram excluídos do concurso que lhes permitia ter um contrato de trabalho, ainda que a prazo.

De acordo com o deputado, centenas de investigadores, também eles profissionais na "linha da frente", continuaram, em tempo de pandemia, a ir aos seus laboratórios, "trabalharam de borla" e estavam, ao mesmo tempo, a "preparar a sua candidatura" a apoios financeiros para os seus projetos.

"E continuam sem apoio e sem prestações sociais", alegou Luís Monteiro.

A deputada do PCP Ana Mesquita sustentou que os cientistas "vão continuar a ser mal pagos, com contratos a prazo e sem ingressar na carreira", uma carreira "altamente especializada e produtiva".

"Há muitos contratos precários que vão continuar a sê-lo, a maior parte dos investigadores não vai para a carreira", enfatizou.

Em resposta, o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, invocou que "o desenvolvimento das carreiras" científicas "tem características únicas", apontando o mérito, mas recordou que o regime de contratação de investigadores, apesar de "temporário", permite o "acesso a carreiras".

Manuel Heitor assinalou, ainda, que "o exemplo da comunidade científica" no combate à pandemia "deve ser sempre relatado como um caso de sucesso".

A proposta do OE para 2021, que prevê um aumento de 1,9% na dotação inicial para investimento na ciência e tecnologia, foi aprovada na quarta-feira no parlamento na generalidade (com os votos a favor do PS, contra da direita e do BE e as abstenções do PCP, PEV, PAN e das duas deputadas não inscritas). A votação final global está agendada para 26 de novembro.

A pandemia da covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.428 pessoas dos 132.616 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo. A doença foi confirmada em Portugal em 2 de março.

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