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Outro Orçamento? Pedi-lo é "irrealista" e "uma irresponsabilidade"

A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, criticou esta terça-feira as declarações feitas pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que sugeriu ao Governo uma nova proposta de Orçamento antes mesmo do processo de especialidade.

Outro Orçamento? Pedi-lo é "irrealista" e "uma irresponsabilidade"
Notícias ao Minuto

15:27 - 20/10/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Política OE2021

No Parlamento, a presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS), Ana Catarina Mendes, acusou o Bloco de Esquerda (BE), esta terça-feira, de "irresponsabilidade" por sugerir uma nova proposta de Orçamento, antes mesmo do processo de especialidade.

"É evidente que esta proposta de ‘apresente-se lá outro Orçamento’, como se ele não dependesse de meses e meses de negociações, é de uma irresponsabilidade (...). Torna-se impossível fazê-lo porque, desde logo, as reivindicações que o BE fez ao longo destes meses estão consagradas no Orçamento de 2021", sublinhou a líder parlamentar socialista, dando o exemplo do reforço do SNS, exigido pelo BE, e que, segundo Ana Catarina Mendes "está reforçado".

Além disso, recordou a deputada socialista, outra das exigências do BE "era de responder a todos aqueles que ficaram sem proteção social ao longo desta pandemia e, não foi por acaso que, no orçamento suplementar, foi aprovada essa proposta com carácter temporário pela mão do PS e do grupo parlamentar do PS que hoje ganha corpo no OE2021, com uma prestação mais sólida e duradoura".

Já a exigência de que o Fundo de Resolução não contenha dinheiro público, por parte do BE, garante Ana Catarina Mendes, também será atendida.

Por isso, de acordo com a socialista, a atuação do Bloco de Esquerda "está a revelar-se impossível e irrealista", causando ao PS, do ponto de vista político, "imensa estranheza". "Estamos a horas de voltar à mesa das negociações com o Governo, incluindo o Bloco de Esquerda. Como bem sabe o Bloco de Esquerda, a proposta de Orçamento tem um período de especialidade e está ainda aberta a um conjunto de negociações", referiu a presidente do Grupo Parlamentar do PS.

As palavras da deputada socialista, em conferência de imprensa, na Assembleia da República, surgem horas depois de a bloquista Catarina Martins ter afiançado que "se não houver um Orçamento que garanta o acesso à saúde da população portuguesa e que não garanta a proteção social de quem perdeu tudo com a crise não serve ao país, o que é preciso fazer é outro". 

Perante os jornalistas, Ana Catarina Mendes invocou ainda o teor da entrevista dada à TVI pelo primeiro-ministro na segunda-feira à noite, em que António Costa disse que não viraria as costas ao país e que não contribuiria para uma crise política em cima de uma crise sanitária e económico-social.

"Ouvi também Catarina Martins dizer com um ar inquieto que era impensável o país ficar a ser governador em duodécimos [em 2021]. Isso causa-nos alguma satisfação, porque parece que o Bloco de Esquerda abandonou essa mesma ideia lançada por José Manuel Pureza no final de setembro. Nessa altura, ele não via qualquer problema numa governação com base em duodécimos", apontou a presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Depois de fazer um apelo à viabilização à esquerda da proposta do Orçamento do Estado, Ana Catarina Mendes aludiu à atual conjuntura de subida do desemprego, mas também à evolução da pandemia de covid-19 em Portugal ao longo das últimas semanas.

"Nenhum de nós ignora que o número de doentes e de infetados está a aumentar. Isso exige o reforço do SNS", frisou a líder da bancada socialista, antes de deixar novo protesto em relação à atuação política do Bloco de Esquerda, partindo do facto de estar marcada para esta noite uma reunião entre a direção dos bloquistas e o primeiro-ministro.

"Não deixa de causar de estranheza que a poucas horas de ser retomado o processo negocial o Bloco de Esquerda consiga inventar à última hora a necessidade de ser encontrado um novo Orçamento, quando sabe bem que a proposta que está em cima da mesa é suscetível de negociação em sede de especialidade", criticou.

Na conferência de imprensa, Ana Catarina Mendes recusou-se a comentar se o primeiro-ministro se deve ou não manter em funções se a proposta de Orçamento for chumbada, ou se considera a hipótese de a proposta ser viabilizada pelo PCP, PAN e PEV, mas sem o Bloco de Esquerda. No entanto, adiantou que o Grupo Parlamentar do PS vai reunir-se sobre o Orçamento do Estado para 2021 com o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, na quinta-feira, pelas 18:30.

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