IL questiona Governo sobre encerramento de exposição fotográfica em Macau
A Iniciativa Liberal (IL) questionou hoje o Governo sobre o encerramento "sem explicações concretas" de uma exposição fotográfica na Casa de Portugal, em Macau, que exibia fotos da fundação World Press Photo, incluindo de protestos em Hong Kong.
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Na pergunta, hoje divulgada, a IL cita o diretor de exposições da fundação, Laurens Korteweg, que disse que as razões para o encerramento da exposição permanecem "pouco claras" e que a organização está "a acompanhar as notícias dos 'media' locais, nas quais se sugere que pode ser o resultado de pressão externa sobre o conteúdo da exposição".
A IL remete também para a Associação de Imprensa em Língua Inglesa e Portuguesa de Macau (AIPIM), que "lamentou o encerramento da exposição" e afirmou que caso o encerramento esteja "relacionado com pressões em torno de algumas fotografias da exposição", a AIPIM considera estar-se "perante algo de grave e um episódio preocupante que sinaliza uma erosão do espaço de liberdade de expressão".
No documento, a IL questiona se o Ministério dos Negócios Estrangeiros "procurou esclarecer se o encerramento da mostra da World Press Photo na Casa de Portugal em Macau se ficou a dever a pressões políticas" e, se sim, de que forma o Governo português irá "protestar contra esta ingerência do regime chinês nos assuntos de Macau".
A IL pergunta também ao Governo se, caso estas pressões sejam comprovadas, "em que medida está em causa o cumprimento dos tratados celebrados" entre a República Portuguesa e a República Popular da China sobre a Região Administrativa Especial de Macau, assim como as próprias relações sino-portuguesas.
Da mesma forma, a Iniciativa Liberal questiona se o executivo português tem mecanismos "preparados para evitar que em Macau se verifique uma situação semelhante" à que tem acontecido há mais de um ano em Hong Kong.
No documento a IL diz que "tem vindo a alertar o Governo para a crescente intrusão da República Popular da China nos assuntos de outros países e regiões".
"Preocupa-nos sobretudo, à luz do que tem vindo a acontecer em Hong Kong, o destino de Macau, perante o que entendemos como uma pretensão da erosão do estatuto especial destes territórios por parte do governo chinês", vincam os liberais.
A antiga colónia britânica atravessou, no ano passado, a pior crise política desde a transferência da soberania para as autoridades chinesas, em 1997, com protestos que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.
Em junho, a resposta de Pequim aos protestos que se arrastavam há um ano em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança nacional na região administrativa especial chinesa, o que levou ativistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan.
Aquela lei pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.
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