CDS quer "descida cirúrgica de impostos", PAN pede respostas ambientais
A deputada do CDS-PP Cecília Meireles defendeu hoje, no parlamento, uma "descida cirúrgica de impostos", acusando o Governo de não prever respostas suficientes para as empresas, enquanto o PAN pediu medidas que ajudem a proteger o ambiente.
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Política Debate
No debate parlamentar sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, a centrista criticou uma notícia que disse esperar ser falsa porque "absurda é com certeza", e que tem que ser com uma linha de crédito para financiar o pagamento de impostos.
"O Governo sabe que há empresas que não têm tesouraria, traduzindo, que não têm dinheiro para pagar os impostos, certamente não têm dinheiro para pagar os impostos e os salários, e então o Governo a conclusão que retira daí não é que há impostos a mais, não é que é preciso moratórias ou novos fracionamentos de impostos, a conclusão que tira é dizer às empresas vão-se financiar junto da banca, paguem juros aos bancos, porque o Estado tem é que receber e é já", afirmou.
Cecília Meireles criticou que o Governo venha "falar em futuro, em grandes planos, em eixos estratégicos e depois falhar numa coisa tão essencial e tão básica, e achar que é normal ou razoável dizer a um profissional liberal endivide-se para pagar os seus impostos ou endivide-se para se poder candidatar a um fundo, é de facto viver alheado da realidade".
A deputada do CDS considerou, de seguida, que "há uma solução para isto, que é uma descida cirúrgica de alguns impostos, sobretudo aqueles que têm que ver com adiantamentos ao Estado ou uma nova moratória".
"Esta medida não é dar dinheiro, é verdade, é não tirar, mas tem enorme vantagem, é de simples execução e é praticamente automática, não é preciso funcionários, não é preciso escolhas, não é preciso nada", sustentou.
Cecília Meireles assinalou ainda que o plano tem "tudo e mais alguma coisa, menos medidas concretas", tendo sugerido desafiado o primeiro-ministro, António Costa, a explicar se está em cima da mesa, ao nível do modelo de governação, "uma lista de obras públicas" ou uma "diferença concreta na economia".
Por seu turno, a líder parlamentar do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, destacou que o mundo ainda vive uma crise climática.
"Precisamos de medias mais arrojadas e de ação concreta", frisou, advogando que o Plano de Recuperação e Resiliência "continua agarrado ao passado" e "não dá oportunidade de ter uma visão mais progressista para uma agenda mais sustentável".
Na ótica do PAN, "este plano continua a assentar num modelo económico completamente obsoleto, com uma lógica de economia de consumo exacerbado de recursos, serviços e bens de consumo, numa pegada ecológica insustentável".
A deputado lamentou igualmente que este plano "seja marcado por uma certa ingenuidade e falta de ambição", nomeadamente ao nível da "crença que a extração de recursos, seja em terra ou em mar, é compatível com a sustentabilidade os ecossistemas, sem que sejam impostas linhas vermelhas claras em matéria ambiental".
Inês Sousa Real criticou que o turismo continue a ser visto como um "pilar estrutural da economia nacional, sem resolver os impostos ambientais e sociais negativos desta atividade" e que não esteja previsto um estudo de cargo turística, lamentando também que o plano não aborde medias que aumentem a transparência, combate à pobreza e exclusão social, combate à corrupção e ainda propostas para o futuro dos jovens.
A líder parlamentar do PAN frisou ainda que "o país e o planeta precisam de ação" e de "uma visão disruptiva", e defendeu medidas para o combate às alterações climáticas, como por exemplo, a redução de resíduos, o combate ao uso de plástico, ou ainda redução das emissões no setor da pecuária.
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