Militantes acusam órgãos do PSD de agirem como "comissões liquidatárias"
Um grupo de militantes sociais-democratas do distrito do Porto disse hoje que o PSD se transformou num partido de "sobreviventes" que só perspetiva "sucessivas derrotas eleitorais", e acusou os "sucessivos" órgãos nacionais e distritais de agirem como "comissões liquidatárias".
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Política PSD
Numa carta aberta, três militantes de base, entre eles José Manuel Borregana Meireles, militante desde 1976 e primeiro subscritor, salienta ter uma preocupação pelo estado a que o partido chegou e se encontra e que, diz, não reflete o PSD que "tirou três vezes Portugal da bancarrota".
"Não existe esse PSD", lê-se na missiva a que a Lusa teve hoje acesso.
Para os três subscritores, o PSD de hoje é um partido "fechado, constituído por indivíduos imbuídos de uma cultura de viscosidade, que serpenteiam na atração e favorecimento dos seus pares" e que "levam hoje à gloria os que amanhã traem, juram fidelidades que depois renegam".
"O PSD transforma-se num partido de sobreviventes, que fazem de cada eleição interna a luta das suas vidas", acrescentam na carta aberta dirigida aos militantes do PSD.
Na carta, o grupo, coordenado por Paulo Pinto da Silva, acusa os "sucessivos órgãos nacionais e distritais, nomeadamente no Porto", de agirem como "verdadeiras comissões liquidatárias do património político do PSD".
"Hoje temos um partido que só perspetiva sucessivas derrotas eleitorais. Um partido a encolher, sem ambição, sem valor, sem credibilidade, incapaz de se dinamizar, de mobilizar a sociedade civil. Um partido sem esperança, sem projeto e sem ideias", defendem.
Os militantes criticam ainda o "azedume" que os atuais responsáveis pela situação do PSD criaram no seio da família social-democrata, com a dinamização para o aparecimento de "movimentos fragmentadores da unidade interna", que "juntamente com refratários, alguns ainda nas fileira do 'Porto, o Nosso Movimento', capturaram em definitivo o PSD, conduzindo à maior humilhação eleitoral de sempre na cidade do Porto".
Os sociais-democratas dizem não esquecer os "responsáveis que conduziram, entre 2013 e 2017, os destinos do órgão distrital e concelhio do PSD do Porto" e que levaram o partido até "às inacreditáveis derrotas alcançadas", e que hoje se apresentam, de novo, "sem vergonha, para conduzir o partido, até às eleições autárquicas do próximo ano".
Não esquecem ainda a presença do partido nas câmaras de Gaia, onde está reduzido a dois mandatos, de Matosinhos, onde passou de maior partido da oposição "a uma fraquíssima representação eleitoral", e de Paços de Ferreira, Baião ou do Marco de Canaveses, onde a sua implantação "desapareceu".
"Está na hora de se ter de tomar uma atitude", defendem, criticando a falta de capacidade de oposição e a "perseguição àqueles que ainda têm coragem de manifestar a sua discordância com a direção nacional".
Na carta aberta, os militantes criticam ainda os "silêncios dos atuais responsáveis pelo PSD" em temas como o roubo de material em Tancos, a TAP, o Novo Banco e a EFACEC, entre outros, defendendo um PSD onde todos possam "criticar/discutir abertamente" o que vai bem ou mal no partido.
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