“Passos Coelho tem as costas quentes e emancipou-se de Gaspar. Ele é outro, não tem nada a ver. Houve um Passos mandado por Gaspar, era o período Gaspar-Coelho, e agora é o período pós-Gaspar”. A observação foi feita ontem pelo antigo presidente social-democrata, Marcelo Rebelo de Sousa, que analisava a actualidade política na antena da TVI.
O comentador assinalou as diferenças flagrantes ao nível do discurso do primeiro-ministro que, em seu entender, se aproxima mais do “de Miguel Frasquilho ou do CDS-PP, do que do de Passos Coelho de outros tempos”.
Aliás, exemplo disso mesmo foram as recentes considerações que o chefe do Executivo teceu sobre o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Com Gaspar não teria tido aquele à vontade a criticar o FMI”, realçou Marcelo.
Não obstante, salientou o também conselheiro de Estado, às palavras de Passos continuam a faltar “futuro e esperança”, acrescentando que o primeiro-ministro, ao dispensar um eventual acordo com os socialistas no que concerne a um programa cautelar com a duração de um ano, “fixou o seu próprio prazo de validade”.