Esta posição foi transmitida por José Luís Carneiro numa mensagem divulgada através de vídeo, no âmbito das comemorações do 47º aniversário do seu partido, que começam hoje e terminam no domingo.

"As conquistas das liberdades democráticas, do Estado social, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública e da proteção e da Segurança Social, numa democracia aberta ao mundo, faz-nos sentir orgulho em comemorar o aniversário do PS. O PS está indissociavelmente ligado a essas conquistas fundamentais. Toda esta história é um grande alicerce no modo como encaramos as dificuldades e olhamos com esperança para o futuro", sustenta o "número dois" da direção do PS.

Numa alusão à atual situação de estado de emergência em Portugal, como consequência da pandemia de convid-19, José Luís Carneiro refere na sua mensagem que, "por razões evidentes", as comemorações do aniversário da fundação do PS na Alemanha, em 19 de abril de 1973, "serão diferentes de todas as outras".

"Gostaríamos de nos reencontrar, de nos abraçarmos e de revivermos presencialmente os nossos valores, que são tão fundos em cada um de nós, mas as circunstâncias não o permitem. Por isso, vamos comemorar o aniversário pelas vias digitais", justifica.

No plano político, o secretário-geral adjunto do PS deixa uma advertência relativa aos riscos que se colocam às sociedades democráticas, apontando que "os momentos de crise são propensos para que alguns pretendam aproveitar-se das pequenas falhas nas respostas que são dadas aos desafios coletivos".

Essas correntes, avisa, "procuram muitas vezes com demagogia e populismo aproveitarem-se dessas falhas para porem em causa a democracia".

"É um tema que vale a pena refletirmos e estarmos muito conscientes", disse, aqui numa alusão ao debate que o PS promove no domingo, por via digital, com a presença de politólogos.

Na sua mensagem, José Luís Carneiro faz ainda uma referência às questões da interioridade, deixando então uma nota de cariz pessoal.

"Tenho 49 anos, sou herdeiro do 25 de Abril e, como eu, muitos. Vivi em territórios mais afastados dos grandes centros e sei bem as dificuldades que foi possível ultrapassar, o modo como melhorámos as nossas condições de vida, as condições de salubridade pública (infraestruturas de água, de saneamento), as condições de mobilidade e de acesso, designadamente à escola", declara.

José Luís Carneiro avança depois com um exemplo para defender uma tese sobre os progressos registados nas últimas décadas em termos de desenvolvimento.

"Na minha sala da escola primária apenas três concluíram o Ensino Superior - e isso foi há muito pouco tempo. O país deu um salto gigante nas suas condições de vida, no modo como melhorou o acesso ao ensino, à saúde, às liberdades fundamentais e no respeito pelas diferenças - sobretudo no modo como essas diferenças se exprimem nas diversas formas de viver", defende.

As últimas décadas, segundo José Luís Carneiro, foram também caracterizados como "anos de conquistas" no plano europeu.

"Fomos nós que tomámos a decisão de aderir à Comunidade Económica Europeia (CEE). E com essa decisão conseguiu-se consolidar a democracia e incorporar padrões de vida culturais, sociais e económicos que promoveram e ajudaram ao desenvolvimento do país", acrescenta.

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