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PSD vota contra não por "birra" mas por falta de "rumo e estratégia"

O presidente do PSD afirmou hoje que não é por "birra" que PSD votará contra o Orçamento, mas pela falta de "rumo e estratégia", criticando a tática de que "é possível ter sol na eira e chuva no nabal".

PSD vota contra não por "birra" mas por falta de "rumo e estratégia"
Notícias ao Minuto

16:40 - 10/01/20 por Lusa

Política OE2020

"Infelizmente, não se vislumbra na presente proposta qualquer rumo ou qualquer estratégia para o nosso futuro coletivo. Apenas se reconhecem um conjunto de medidas avulsas, sem estratégia definida, mas com tática bem evidente: a de procurar consolidar na mente dos portugueses a ideia peregrina de que o PS no Governo consegue dar tudo o que outros nunca conseguiriam. Na prática, que é possível ter sol na eira e chuva no nabal", afirmou Rui Rio.

Na intervenção de encerramento no debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2020, o também líder parlamentar do PSD lembrou que, há dois meses no debate do programa do Governo, assegurou que o PSD iria ser "uma oposição construtiva - mas dura, incisiva e implacável para com as falhas da governação".

"É essa a ideia que norteia a nossa posição relativamente ao documento que hoje aqui iremos votar na generalidade. Uma posição que não é ditada por birra nem por simples vontade de destruir, mas, sim, com base em argumentos e em nome do programa que apresentamos aos portugueses", afirmou.

Mesmo o único ponto que Rio destaca como positivo na proposta orçamental, o excedente orçamental, não se deve, para o líder do PSD, aos méritos do Governo, mas "ao permanente aumento da carga fiscal e à política monetária do Banco Central Europeu", questionando como será quando as taxas de juro retomarem os seus valores normais e os dividendos do Banco de Portugal diminuírem.

"Quando assim for - porque assim um dia terá de ser - se algo de sustentado entretanto não se fizer, todos perceberão que Portugal andou a viver de ilusões e que, tal como a cigarra na sua história com a formiga, não se preparou devidamente no Verão para estar apto a enfrentar o Inverno", alertou.

Além da ausência de sentido estratégico e do aumento da carga fiscal, o líder do PSD acusa o Governo de, nesta proposta orçamental, aumentar o aumento do peso da despesa pública, esquecer as Pequenas e Médias Empresas, não fazer "qualquer "reforma de fundo" na Administração Pública e nem sequer oferecer "uma garantia credível" de plena execução do investimento público que prevê.

Também ao nível da transparência orçamental, Rio deu nota negativa ao Governo e voltou a defender que existem discrepâncias de 590 milhões de euros entre dois quadros do relatório do Orçamento.

"Um truque em que o ilusionista em vez de tirar 590 milhões de euros da manga, esconde-os na cartola. É seguramente um efeito mágico em que das duas, uma: ou a verba de 590 milhões vai ser, logo à cabeça, cativada de forma discricionária pelo Ministério das Finanças ao arrepio do aprovado por este Parlamento, ou não haverá superávite de 533 milhões, mas sim défice de 57 milhões de Euros", afirmou.

Na sua intervenção, voltou a defender que "aumentar a poupança é vital para que Portugal consiga investir sem ter de agravar drasticamente o seu endividamento externo", embora admitindo que será difícil convencer as forças de esquerda deste argumento.

"Será difícil, mas é o caminho que o país vai ter necessariamente de prosseguir", avisou.

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