"Os Verdes consideram que a tal continuidade deste OE não tem tanto a ver com o conteúdo mas com a forma como Governo continua a olhar para as contas do défice, agora com a agravante de estarmos perante um cenário de excedente orçamental", referiu o deputado do Partido Ecologista os Verdes, na conferência na qual revelou que o partido vai também abster-se na votação na generalidade.
"Ou seja, havendo margem e disponibilidade financeira para uma real valorização dos salários e das pensões e para investir nos serviços públicos que continuam pelas ruas da amargura (...) a até para encarar o desafio ambiental, o PS prefere fazer bonito a Bruxelas em vez de dar resposta efectiva aos problemas reais do país".
Ainda assim, e "reconhecendo que o OE2020 está longe de responder aos problemas mais graves do país e ao desafio climático, os Verdes vão abster-se na generalidade, dando assim uma oportunidade ao PS para refletir", revelou.
José Luís Ferreira, à imagem do que dissera ontem o PCP, salvaguardou que "a abstenção na generalidade em nada compromete o sentido de voto dos Verdes no que diz respeito à votação final global".
Na quarta-feira, o PCP, primeiro, e o PAN, depois, anunciaram a sua abstenção na votação do Orçamento do Estado para 2020 na generalidade, e hoje o Bloco de Esquerda anunciou que também se irá abster - o que já assegurava a aprovação da proposta do Governo.
PCP, PAN, BE e PEV somam 35 deputados e com estas abstenções poderá haver, no máximo, 87 votos contra das restantes bancadas da oposição, pelo que os votos a favor dos 108 deputados do PS serão suficientes para aprovar a proposta do Governo na generalidade