PCP expressa pesar pela morte do encenador Norberto Barroca

Lisbooa, 03 jan 2020 (Lusa) - O Partido Comunista Português, através do secretariado da Direcção da Organização Regional de Leiria, expressou hoje "pesar e consternação" pela morte do encenador Norberto Barroca, "uma das mais ilustres figuras" da Marinha Grande, e "uma referência" da cultura portuguesa.

Partido Comunista Portugues, PCP, sede

© iStock

Lusa
03/01/2020 20:44 ‧ 03/01/2020 por Lusa

Política

Óbito

"Norberto Barroca foi uma figura destacada da Cultura na Marinha Grande e no plano nacional e, simultaneamente, um homem de valores e de causas progressistas, com profundas preocupações sociais", lê-se no comunicado hoje divulgado pelo PCP, que recorda o percurso do ator e encenador, em particupar a sua ligação à terra natal, "tendo sido responsável pela encenação de importantes reconstituições da História da Marinha Grande, como a Revolta Operária do 18 de janeiro de 1934 e a chegada dos Stephens" à cidade.

"Homem que sempre recusou protagonismos, nele prevalecia a modéstia e a simplicidade, apanágio das gentes laboriosas e com sentido de classe", escreve o PCP, recordando Norberto Barroca como "um democrata e progressista, defensor das liberdades, da Democracia e dos Valores de Abril".

"O PCP recorda e valoriza a cooperação que em várias situações e momentos Norberto Barroca desenvolveu" com o partido, como ter sido "candidato pela APU e pela CDU em vários atos eleitorais autárquicos à Assembleia Municipal e à Câmara Municipal da Marinha Grande", ter exercido "o cargo de assessor para a Cultura" na Câmara da Marinha Grande e ter sido "apoiante da CDU no Porto".

"Norberto Barroca deixa uma grande obra e um importante legado que devem ser valorizados e reconhecidos, nomeadamente na sua terra natal. Com o seu desaparecimento a cultura e a cidadania portuguesas ficam mais pobres, mas são ricos os exemplos e ensinamentos que nos deixa", conclui a Direção da Organização Regional de Leiria do PCP.

Ator, encenador, dramaturgo, figurinista, Norberto Barroca morreu na quinta-feira, aos 82 anos.

Nascido na Marinha Grande, em 1937, tinha formação em Arquitetura e História, mas notabilizou-se sobretudo pela múltipla atividade teatral enquanto ator, declamador, encenador, cenógrafo, figurinista, professor e autor.

Oriundo do teatro universitário, Norberto Barroca estreou-se profissionalmente em teatro no Grupo Fernando Pessoa, do Centro Nacional de Cultura, em 1960, seguindo-se a Casa da Comédia, de que fez parte do grupo fundador, onde protagonizou a peça "Deseja-se mulher", de Almada Negreiros.

Trabalhou em salas e companhias como o Teatro Experimental de Cascais, Teatro Aberto, Teatro Estúdio de Lisboa, de Luzia Maria Martins, 1.º Acto, A Barraca, A Comuna, Novo Grupo/Teatro Aberto, Teatro S. Luiz, que dirigiu, Teatro Maria Matos, Teatro Nacional D. Maria II, e também em palcos de expressões de comédia e revista, como o antigo Teatro Laura Alves e os teatros ABC e Maria Vitória, no Parque Mayer.

Trabalhou ainda com a Seiva Trupe e o Teatro Experimental do Porto, que dirigiu de 1998 a 2009.

A mais recente obra de Norberto Barroca foi o espetáculo de celebração dos 250 anos da chegada de Guilherme Stephens à Marinha Grande, estreado em 19 de outubro de 2019. Preparava uma monografia sobre a atriz Mirita Casimiro.

O corpo do encenador ficou hoje à tarde em câmara ardente, no Teatro Stephens.

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