Adolfo Mesquita Nunes reagiu à derrota do CDS nestas eleições legislativas de uma forma enigmática.
Citando uma das suas escritoras favoritas, Maria Gabriela Llansol, para dizer que não inveja nem, almeja “os juízos lapidares, as certezas cortantes, o horror ao silêncio e ao tempo e ao nervo”.
“Que cada palavra passe pelos olhos, pelas mãos, pelos pés, antes de passar pela boca”, escreveu há uns anos, largos, uma das escritoras da minha vida, a Maria Gabriela Llansol. Penso nesta frase muitas vezes, na vida e na vida política (que não têm sido senão extensão uma da outra).
“Há que deixar que as palavras passem pelos olhos e pelas mãos e pelos pés antes que possam fazer-se texto e discurso, antes que a sua função se resuma à tática”, sublinha, deixando claro que não é uma questão de silêncio mas de respeito.
"Até lá, não se trata de silêncio, que de silêncio fiz vários meses, mas de respeito por um caminho em que participei e de humildade por um resultado que não conseguimos sequer tocar, ‘que cada palavra passe pelos olhos, pelas mãos, pelos pés, antes de passar pela boca’", termina.