Manuel Monteiro sublinha papel na fundação da democracia

O antigo presidente do CDS Manuel Monteiro sublinhou hoje o papel de Freitas do Amaral na fundação da democracia, na adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE) e na recusa da Constituição da República de 1976.

Notícia

© Global Imagens

Lusa
03/10/2019 15:35 ‧ 03/10/2019 por Lusa

Política

Freitas do Amaral

Em declarações à agência Lusa, Manuel Monteiro afirmou que Freitas do Amaral, que hoje morreu aos 78 anos, "ficará para a história como um dos fundadores da democracia tipo ocidental que neste momento Portugal possui".

O ex-presidente do CDS enalteceu ainda "a coragem demonstrada por Freitas do Amaral quando, em 1976, disse não à Constituição da República portuguesa, numa época em que dizer não à Constituição era considerado um crime contra a revolução".

"A verdade é que foi Freitas do Amaral e o CDS por si presidido que disse não a uma Constituição que mais tarde foi alterada", considerou.

Manuel Monteiro recordou igualmente o papel que Freitas do Amaral teve na adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE).

"Lê-se muito sobre o papel de Mário Soares que, inquestionavelmente foi uma figura determinante nessa aproximação à Europa, mas esquece-se que Freitas do Amaral - que à época era presidente da União Europeia das Democracias Cristãs - desenvolveu junto dos governos democratas cristãos da época uma ação muito relevante e muito importante para a adesão e aceitação por parte da Europa de Portugal, numa época em que existiam muitas desconfianças quanto à evolução do próprio regime português".

O fundador do CDS e ex-ministro Diogo Freitas do Amaral morreu hoje, aos 78 anos, disse à agência Lusa fonte da família.

Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941. Foi líder do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974, vice-primeiro-ministro e ministro em vários governos.

Freitas do Amaral, que estava internado desde 16 de setembro, fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992.

No final de junho deste ano, Freitas do Amaral lançou o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado "Mais 35 anos de democracia - um percurso singular", que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand.

Nessa ocasião, em que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro líder do CDS e candidato nas presidenciais de 1986 -- que perdeu para Mário Soares - recordou o seu "percurso singular" de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre "no quadro amplo" da democracia-cristã.

Líder do CDS, primeiro-ministro interino, ministro em governos à esquerda e à direita, presidente da Assembleia-Geral da ONU, disse em entrevista à agência Lusa quando já se encontrava doente, em junho de 2019, que sofreu "um bocado" com a derrota nas presidenciais de 1986, embora tenha conseguido dar a volta, com "uma carreira de um tipo diferente" e partir para "uma série de pequenas vitórias".

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas