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CDU quer acabar com os dramas dos despejos de moradores

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que o Governo deve "atender imediatamente" às situações dramáticas de despejos, principalmente de quem "está totalmente desprotegido numa fase final da vida".

CDU quer acabar com os dramas dos despejos de moradores
Notícias ao Minuto

16:07 - 14/09/19 por Lusa

Política Jerónimo de Sousa

O Largo da Graça, em Lisboa, foi o palco escolhido pela CDU para um encontro com moradores e ativistas para discutir um dos "maiores dramas da cidade de Lisboa": o direito à habitação.

Jerónimo de Sousa ouviu histórias de quem foi despejado e relatos de idosos alvos de processo para abandonar as casas e os bairros onde sempre viveram.

Daniel Oliveira, um dos fundadores do Movimento Manifesto 65 e morador na Penha de Franca, disse que todos dos dias há notícias de despejos e de jovens que têm de regressar a casa dos pais por incapacidade em pagar as rendas cada vez mais altas.

"Este é um combate diário aqui do bairro que nos gostaríamos que continuasse no parlamento", pediu o jovem a Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP apresentou algumas ideias que quer concretizar na próxima legislatura: pôr em prática a Lei de Bases da Habitação, aprovada recentemente com os votos e contributos dos comunistas, e revogar o diploma que ficou conhecido como a 'Lei dos Despejos'.

"A aprovação da Lei de Bases da Habitação foi um passo em diante mas incompleto. Falta a regulamentação e a monitorização, falta ver concretizados aqueles princípios", disse em declarações aos jornalistas.

Para dar resposta a quem não tem casa, o PCP defende que o Governo deve recorrer aos prédios devolutos assim como aos edifícios municipais e estatais, o que permitiria disponibilizar fogos com rendas a preços acessíveis.

Também cabe ao Governo "atender imediatamente às situações dramáticas de despejos principalmente a quem está totalmente desprotegido numa fase final da sua vida", acrescentou.

Para Jerónimo de Sousa é preciso revogar a Lei das Rendas, da responsabilidade do anterior Governo, que ficou "conhecida como a Lei dos Despejos" e que é "um obstáculo tremendo" ao direito à habitação.

Aquele diploma põe em causa a vida das pessoas, "particularmente das mais envelhecidas", sublinhou, condenando quem é "expulso dos sítios onde nasceu, cresceu e viveu".

Uma realidade com que lida diariamente Rita Governo, psicóloga na freguesia de São Vicente. Ali, a jovem trabalha essencialmente com idosos e diz que há cada vez mais casos de quem se sente à beira de ser "despejado à força".

São muitos os moradores que lhe pedem ajuda com as cartas que recebem dos senhorios e com os documentos de advogados.

Rita Governo contou a Jerónimo de Sousa o processo de expulsão de uma idosa acamada e o drama de outra senhora que nasceu e cresceu no bairro, mas foi "atirada" para outra zona da cidade para que a sua casa fosse transformada num Hostel.

"Todos os dias recebo pedidos de ajuda de pessoas vulneráveis", desabafou a jovem psicóloga.

Para o secretário-geral do PCP é preciso "entender que a Constituição não é um papel que aguenta tudo. A Constituição é para ser efetivada nessa parte do direito à habitação. A Lei de Bases é uma esperança, mas falta muito trabalho para a sua regulamentação e efetivação".

Durante a visita à Graça, Jerónimo de Sousa foi ainda interpelado por Luis Mendes, geógrafo do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e ativista do movimento 'Morar em Lisboa', que lembrou que desde de 2016 só o bairro de Arroios perdeu cerca de três mil pessoas.

Também a presidente da Associação do Património e da População de Alfama, Maria de Lurdes, chamou a atenção para os inúmeros casos de despejos de antigos moradores daquele bairro, paredes meias com a Graça.

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