"As ações e declarações deste partido húngaro, contra o próprio PPE, e as atitudes do seu governo colocam em causa o próprio sentido de unidade e pertença a um projeto europeu democrata-cristão, baseado nos direitos humanos, na democracia pluralista e liberal e no Estado de Direito", lê-se numa carta assinada pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e pelo eurodeputado Nuno Melo, a que a Lusa teve acesso.
Em declarações à Lusa, Nuno Melo explicou que o PPE tomou posições que podem "violar ou por em dúvida" valores como o respeito pela liberdade de imprensa, a autonomia na educação ou a autonomia dos tribunais.
O objetivo último, apesar de o artigo dos estatutos do PPE invocado na carta versar a suspensão ou expulsão de um partido, não é a expulsão "de imediato" do Fidesz, mas sim tentar perceber se regressa "ao bom caminho", disse o eurodeputado e de novo cabeça de lista do CDS-PP às europeias de maio.
Nuno Melo afirmou que gostaria que o partido de Orban continuasse no PPE, se respeitar os princípios do Partido Popular Europeu, mas admitiu que "todos os cenários têm que estar em cima da mesa", inclusivamente a expulsão.
Nas declarações que fez à Lusa, o eurodeputado desafiou o PS e o seu candidato europeu, Pedro Marques, a tomar a mesma atitude que o CDS-PP tomou quanto ao Fidesz com o Partido Socialista Europeu e o Partido Socialista da Roménia ou do partido socialista de Malta, que tem dirigentes alegadamente envolvidos em casos de corrupção.
No caso da Roménia, Nuno Melo recordou o que considera uma tentativa de aprovação de leis de amnistia que permitiriam evitar a condenação do socialista Liviu Dragnea, líder do partido, alegadamente envolvido num caso de desvio de 21 milhões de euros ligados a fundos comunitários.