Reagindo à moção de censura apresentada pelo CDS, Carlos César afirmou que se trata de um “dejà-vu nos trabalhos parlamentares”, acusando o partido liderado por Assunção Cristas de não ter dito nada de novo e não estar a fazer “nada que não tenha feito”.
Tendo em conta o sentido de voto já manifestado pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, o presidente do PS nota que isso “significa que esta moção de censura, praticamente antes de nascer, já não conta para o trabalho político e para a decisão política no nosso país”.
Carlos César aproveitou a ocasião para criticar o CDS, um partido que considera ter-se “radicalizado de uma forma muito impressiva” ao longo deste último período.
“O CDS é hoje um partido mais extremista, um partido que se exclui do diálogo político e parlamentar e que parece ter uma única preocupação”, afirmou o socialista, referindo-se às próximas eleições. Para César, à imagem também do que disseram o Bloco e o PCP, o objetivo desta moção passa por “disputar as eleições em condições privilegiadas face aos restantes partidos da Direita”.
“Esta moção de censura não é uma iniciativa política do CDS que olhe de frente o país, é uma iniciativa que olha de lado o PSD”, acusou o presidente do PS, sublinhando que esta iniciativa do CDS “procura sobretudo embaraçar o PSD, aproveitando-se da desorientação política que ocorre com a sua atual liderança e barrar caminho à ascensão de outros partidos considerados emergentes”.
Assim, lamentou o socialista, “teremos um debate na próxima quarta-feira, de três/quatro horas, em que o país terá que suportar uma artificialização do debate político por causa da ambição do CDS”.
As críticas não pararam por aqui. Carlos César comparou ainda o CDS de agora com o CDS do tempo do governo com o PSD para demonstrar a diferença de atuação do partido, dependendo de que lado está, no governo ou na oposição.
“Este CDS que fundamenta a apresentação da moção censura na perturbação social e nas greves que ocorrem é pelos vistos o (…) o mesmo partido que durante quatro anos no governo afrontou a situação das nossas famílias, que prejudicou o rendimento das famílias, que destruiu prestações sociais, que dificultou os caminhos das empresas, e é pelos vistos o partido que acha que se pode dar tudo de todas as formas e sem qualquer limite”, acusou.
Carlos César admitiu que sim, que este é um período de muitas greves – “com greves injustas, algumas delas sem coração” - mas quis esclarecer que há uma diferença entre estas greves e as do tempo de Passos. “Nesse tempo [do governo PSD/CDS], tínhamos greves porque tiravam quase tudo aos portugueses, e agora pelos vistos temos greves porque ainda não melhoramos tudo quanto alguns setores profissionais acham que é possível melhorar”, fez sobressair.
E da parte do Governo, garantiu ainda, o compromisso é de “continuar a trabalhar para que em Portugal não se repita o que aconteceu com as crises das finanças públicas” e para que “não se dê uma nova oportunidade à direita para afrontar a vida das famílias e das empresas”.