Caso Pinho: "Ministério Público cozinha os suspeitos em lume brando"

Miguel Sousa Tavares não entende a demora do Ministério Público para ouvir Manuel Pinho, embora este facto não o impeça, na sua opinião, de prestar declarações no Parlamento.

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Filipa Matias Pereira
30/04/2018 22:21 ‧ 30/04/2018 por Filipa Matias Pereira

Política

Sousa Tavares

O antigo ministro da Economia e da Inovação Manuel Pinho tem estado envolto numa polémica, sobretudo nos últimos dias. Em causa está, recorde-se, a suspeita de que o economista tenha recebido de uma empresa do BES, entre 2006 e 2012, cerca de um milhão de euros. Saliente-se ainda que o ministro esteve no Governo maioritário de José Sócrates de 2005 a 2009.

A – esperada – reação política chegou este domingo, quando o presidente social-democrata Rui Rio anunciou que irá pedir a audição do ex-governante.

Em comunicado, os responsáveis pela defesa de Manuel Pinho avançam que o antigo ministro aceita apresentar-se na Assembleia da República para prestar declarações, mas só depois de ser ouvido pelo Ministério Público no âmbito do caso EDP.

Pinho vive atualmente na China, onde dá aulas, e conforme revelou espera “há mais de 10 meses para ser ouvido pelo Ministério Público”.

No entendimento de Miguel Sousa Tavares, “não se compreende como é que o Ministério Público demora 10 meses para o ouvir, seguindo uma tática em que cozinha os suspeitos em lume brando”.

Já quanto à imposição do economista, o comentador acredita que Manuel Pinho “deve explicações políticas ao país” e não vê nenhum problema no facto de o fazer antes de ser ouvido pela justiça portuguesa.

Entretanto, na próxima quarta-feira, o Bloco de Esquerda vai pedir a constituição de uma Comissão Parlamentar de inquérito ao caso do antigo ministro Manuel Pinho. Porém, defende Sousa Tavares, esta “Comissão vai para além dessa questão, já que está também relacionada com a questão das rendas excessivas da EDP”. E, para analisar este tema, será necessário “recuar muitos e muitos anos”. Aliás, defende, “de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), o principal aumento das rendas foi feito quando ainda Manuel Pinho não era ministro da Economia, nem António Mexia presidente da EDP”, recorda num habitual espaço de debate na antena da SIC.

E não será “nesta Comissão Parlamentar de inquérito que se vai encontrar uma solução para o problema das rendas excessivas. De certeza que no fim de contas vamos encontrar um contrato blindado contra o Estado, como todos os contratos celebrados entre o Estado e um privado onde estavam em jogo serviços públicos concessionados”, acredita. 

 

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