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Verbas em breve? "Ando a ouvir essa resposta há mais de três meses"

Condições no serviço de pediatria "são indignas" e tudo o que o for possível melhorar, sem as verbas que o Governo prometeu desbloquear, será feito de forma imediata, garantiu o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar São João, reagindo à denúncia de que há crianças a fazer quimioterapia no corredor do hospital.

Verbas em breve? "Ando a ouvir essa resposta há mais de três meses"
Notícias ao Minuto

12:08 - 10/04/18 por Melissa Lopes

País São João

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar São João, António Oliveira e Silva, garantiu esta terça-feira que tudo o que estiver ao alcance para melhorar a situação no serviço de pediatria do hospital será feito e de forma imediata.

Contudo, reiterou que “há um protocolo assinado” com o Governo no sentido de serem desbloqueadas verbas para a realização de obras naquele espaço que, frisou, “está há 10 anos em instalações provisórias”.

“Já há muito tempo que vínhamos a denunciar publicamente as condições em que fazemos a totalidade do atendimento pediátrico, e não só, e o tratamento de quimioterapia", começou por referir o responsável, recordando o protocolo assinado com a ARS Norte e ACSS, precisamente no Dia da Criança no ano passado, no sentido de serem desbloqueadas verbas para a construção do projeto global do Centro Hospitalar Pediátrico.

"Estamos a aguardar que sejam desbloqueadas as verbas", explicou António Oliveira e Silva, garantindo que "em tudo o que não depende" disso, "estão a ser feitas coisas". Nomeadamente, a partir de 15 de junho fica disponibilizado um centro ambulatório novo para tudo o que diga respeito à pediatria. A par disso, disse o responsável, "foram montados quartos de isolamento naquele internamento que continuo a qualificar de indigno".

"Mas o que nós precisamos é que sejam desbloqueadas verbas [de cerca de 22 milhões de euros], que já nos foram prometidas", insistiu. "O ministro sempre nos garantiu que as verbas estavam disponíveis, que estavam à espera de um desbloqueio, que presumo que seja por parte do Ministério das Finanças", prosseguiu o responsável. 

Confrontado com o facto de as verbas serem disponibilizadas em breve, conforme indicou o próprio Ministério da Saúde aos órgãos de comunicação, António Oliveira e Silva disse não ficar descansado. "Ando a ouvir essa resposta há mais de três meses", atirou. 

Questionado sobre algumas queixas de pais das crianças doentes sobre a falta de diálogo da parte do hospital, o responsável disse que "a disponibilidade para o diálogo sempre foi e será completa", mas admitiu que "as pessoas podem não ficar satisfeitas com as respostas porque realmente temos poucas para dar". 

Em relação ao facto de crianças terem feito tratamento de quimioterapia no corredor da pediatria, o responsável admitiu que "pode ter havido um caso ou outro" por falta de espaço. "Encaramos as más notícias como oportunidades de melhoria. Tudo o que for possível para melhorar a situação relatada hoje vamos fazê-lo e vamos fazê-lo de forma imediata", prometeu. 

Reagindo a este caso, o Bastonário da Ordem dos Médicos disse, em declarações ao Notícias ao Minuto, que esta é mais uma "situação grave" que o Ministério da Saúde tem para resolver. "O ministro [Adalberto Campos Fernandes] não pode continuar a refugiar-se no ministro das Finanças", afirmou o bastonário, frisando ainda que o responsável pela pasta da Saúde não pode andar a dizer que "somos todos Centeno, enquanto as pessoas estão em sofrimento". 

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