O posicionamento foi expresso hoje pelo secretário-geral do SJA, Teixeira Cândido, à margem da abertura do encontro de reflexão sob o lema "De que jornalismo precisa a nossa democracia", que decorre até terça-feira, na sede da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.
Segundo o sindicalista, o encontro é resultado da monitorização aos órgãos de comunicação social realizada durante as eleições gerais de 2017, tendo o SJA constatado vários problemas, entre eles o "desrespeito sistemático dos jornalistas aos princípios deontológicos".
"Vimos jornalistas a empregarem a sua voz em campanhas eleitorais, vimos jornalistas que eram responsáveis de gabinetes de comunicação institucional a empregarem vozes nessas matérias, então houve um conjunto de atropelos", disse.
Por isso, sublinhou, foi proposto o tema da autorregulação e a sua influência para a qualidade do jornalismo: "A questão do respeito do compromisso com a autorregulação é importante que é no fundo o respeito pela própria deontologia profissional".
Ética profissional, autorregulação e a sua influência na qualidade do jornalismo ou a relação entre o poder político, a imprensa e a sociedade, são alguns dos temas que estarão em reflexão neste encontro.
Para Teixeira Cândido, a abordagem sobre a relação entre o poder político, a imprensa e a sociedade surge devido a "vários obstáculos" que os jornalistas continuam e enfrentar junto de detentores de cargos públicos.
"Porque temos encontrado vários obstáculos, sobretudo os jornalistas quando vão contactar o detentor de um cargo público para confirmar uma determinada informação para fazer o princípio do contraditório", disse.