Tribunal pede avaliação psiquiátrica a morto. "Não compreendo", diz juiz

Caso insólito ocorreu em Beja, tendo partido do tribunal daquela cidade.

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Patrícia Martins Carvalho
23/01/2018 12:50 ‧ 23/01/2018 por Patrícia Martins Carvalho

País

Beja

A diretora de psiquiatria do Hospital de Beja partilhou na sua página do Facebook um desabafo relativamente a um pedido que recebeu por parte do tribunal daquela cidade.

Segundo Ana Matos Pires, foi-lhe remetido um ofício do tribunal no qual era pedido que fosse feita uma “avaliação pericial psiquiátrica a um morto”, algo que é impossível de ser feito, tal como a especialista explicou em resposta ao tribunal.

Mais estranho ainda é o facto de, na missiva endereçada à responsável, o tribunal apontar o local onde a referida avaliação deveria ser levada a cabo, isto é, no cemitério, mais precisamente na campa da pessoa falecida.

Nesta senda, o Notícias ao Minuto conversou com o juiz presidente do Tribunal de Beja, o juiz desembargador José Lúcio, que confessou “estranheza” ao tomar conhecimento do caso. “Não consigo entender”, disse.

Sobre este pedido em concreto, o magistrado referiu que só teve conhecimento do mesmo através da comunicação social, mas tal não o impede de dizer que se “trata de um erro, com certeza”.

“É preciso perceber que tipo de erro é”, comentou o juiz presidente, que garantiu “não compreender” como tal pode ter acontecido.

Ainda assim, e pese embora não conheça o caso em concreto e fale em “abstrato”, o juiz desembargador encontra uma possível causa para o erro.

“Pode ter sido usado por um funcionário um modelo já pré-definido que existe no Citius que tenha sido escolhido na sequência de uma má explicação. Mas não sei. Tudo o que posso dizer sobre o caso é abstrato”, rematou.

Fica por compreender, para já, o que levou o tribunal a emitir um ofício a solicitar uma perícia psiquiátrica a uma pessoa já falecida.

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