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Há uma imagem "pré-feita e errada" da Amadora. Campanha quer prová-lo

Autarquia quer mudar imagem "que não corresponde à realidade" que muitas pessoas fazem da Amadora. Quem lá vive quer ajudar.

Há uma imagem "pré-feita e errada" da Amadora. Campanha quer prová-lo
Notícias ao Minuto

08:00 - 03/12/17 por Andrea Pinto

País Município

É uma das cidades mais populosas de Portugal, mas nem sempre a imagem a si associada é a melhor, o que nem sempre a torna também no destino predileto de quem procura um local para viver em Lisboa. Apesar disso, aquele que foi o primeiro município a ser criado após o 25 de Abril, conta atualmente com mais de 170 mil habitantes.

De forma a desmistificar esta imagem, que “muitas vezes não corresponde à realidade”, a Câmara Municipal da Amadora acaba de lançar uma campanha que visa “reforçar a visão das vantagens que a centralidade geográfica e a pluralidade” da Amadora têm.

Esse reforço é feito precisamente por pessoas que nasceram e cresceram no concelho e que aqui decidiram permanecer junto das suas famílias e onde criaram os seus negócios de família. São pessoas de todas as idades, géneros, etnias ou crenças religiosas.

“Todos nós na Amadora tentamos fazer algo para que essa imagem, muitas vezes pré-feita e que não corresponde à realidade seja ultrapassada”, começa por explicar ao Notícias Ao Minuto a presidente da Câmara Municipal, Carla Tavares, que considera que a iniciativa em causa é uma forma de os amadorenses “partilharem com a sociedade a ligação emocional muito forte” que têm com este concelho e o “orgulho” que sentem no mesmo.

Considerada durante muito tempo como uma cidade perigosa, e para o qual contribuíram por exemplo o Bairro Cova da Moura, que chegou a ser considerado um dos mais perigosos bairros portugueses, a autarquia quer provar que essa é uma imagem que faz parte do passado e que a Amadora é hoje um município moderno, central e repleto de oportunidades.

No fundo, diz a autarca local, é “uma forma de elevar a nossa própria autoestima”.

Aqueles que dão a cara pela campanha ‘Obrigado Amadora’ são “um bom exemplo” de amadorenses bem sucedidos. É o caso, por exemplo, dos famosos rebuçados Bayard que quase todos conhecemos mas que muitos poucos conhecem a origem. Pois bem, é mesmo na zona da Venteira, na Amadora, que os famosos rebuçados para a tosse ganham vida. O negócio criado nos anos 60 por Álvaro Matias, continua hoje a fazer toneladas de rebuçados por ano, estando agora nas mãos do filho e netos do fundador, que decidiram permanecer na Amadora e aqui continuar as suas vidas.

Notícias ao MinutoFábrica da Dr. Bayard, na Amadora © Facebook/Dr. Bayard

Mas não é exemplo único. Paula Pestana, violinista e professora no concelho; Catarina Castanhas, finalista do programa 'The Voice'; Fátima Cardoso, investigadora da Fundação Champalimaud, e a jovem atleta Inês Iachimovschi, campeã europeia de triatlo, são outras das personalidades que dão a cara pela campanha e agradecem ao município pelo contributo que este de alguma forma lhes deu no percurso que têm percorrido.

E é também daí que nasce o nome desta iniciativa. “Porque achamos que estas pessoas acham que a sua cidade as inspirou nos seus percursos, ou seja, que as nossas raízes e as nossas origens têm também um papel preponderante nos percursos que acabámos por fazer ao longo da vida”, realça Carla Tavares.

E se os exemplos de sucesso que permanecem na cidade são vários, muitos são os êxitos futuros que a autarquia quer trazer, igualmente, para a cidade. Ou seja, esta é também uma oportunidade de provar que esta é uma boa escolha de local para se viver.

“A Amadora é um núcleo urbano, um grande município, o mais pequeno da zona metropolitana, mas com 176 mil habitantes, ou seja , é o mais densamente povoado. É uma cidade que vive muito a sua diversidade de forma muito positiva e que trabalha todas as questões de inclusão e de pertença à cidade e que são muito importantes para combater algum estigma que ainda vai existindo", remata a autarca, salientando que é engraçado ver que existe "uma ideia pré-concebida e que muitas vezes não corresponde à realidade", mas que é desmistificada assim que as pessoas visitam a cidade e acabam por admitir: "Olha tão bonita".

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