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Conferência evoca vítimas e bombeiros envolvidos nas cheias de 1967

No dia em que se assinalam 50 anos das cheias de 1967, que vitimaram mais de 500 pessoas na Grande Lisboa, a Câmara Municipal de Loures organiza uma conferência para homenagear vítimas e bombeiros envolvidos na catástrofe.

Conferência evoca vítimas e bombeiros envolvidos nas cheias de 1967
Notícias ao Minuto

07:50 - 25/11/17 por Lusa

País Grande Lisboa

A cerimónia, organizada pela Câmara Municipal de Loures e pela Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses -- Reviver Mais, terá lugar no Palácio Marqueses da Praia, a partir das 15:00.

Na noite do dia 25 para 26 de novembro choveu o que deveria ter chovido num ano. As ruas transformaram-se em rios, as casas inundaram-se, algumas desmoronaram outras foram arrastadas, os meios de transporte pararam e não havia comunicações, escrevia a imprensa na altura.

A intempérie causou mais de 500 mortos na Grande Lisboa, a maior tragédia de que há memória em Portugal e que contou com a mobilização de bombeiros e seis mil estudantes universitários.

Lisboa, Olival Basto (Loures), Pontinha (Loures), Odivelas (Loures), Barcarena (Oeiras), Colares (Sintra), Alverca (Vila Franca de Xira), Alhandra (Vila Franca de Xira), Alenquer e Queluz (Sintra) foram as regiões mais afetadas, mas foi na localidade de Quintas, no concelho de Vila Franca de Xira, que a tragédia teve uma dimensão mais devastadora com a morte de mais de um terço da sua população.

"Foi uma tragédia que tentou ser ocultada na altura pelo Estado Novo e que deixou marcar muito profundas nos habitantes de toda a Grande Lisboa, nomeadamente aqui nos habitantes do concelho de Loures", sublinhou à agência Lusa Gonçalo Caroço, responsável pela organização do evento por parte da Câmara Municipal de Loures.

Gonçalo Caroço explicou que a conferência pretende fazer uma retrospetiva do que se passou há 50 anos, mas também olhar para o presente e para o futuro e para as medidas que se podem tomar para tentar minimizar os efeitos das intempéries.

"Estamos a falar de catástrofes impossíveis de prever e de controlar, mas, no caso de Loures, temos tomado medidas que permitem amenizar os efeitos. A limpeza das linhas de água é sem dúvida um bom exemplo", apontou.

O responsável referiu que a evocação dos bombeiros e das vítimas das cheias irá ser feita também através de uma exposição fotográfica sobre aquele dia.

Por seu turno, o presidente da Reviver Mais, Luís Miguel Batista, ressalvou que "a realidade existente em 1967 é totalmente diferente à de 2017" e que "os meios existentes hoje não permitiriam consequências tão graves como aqueles registadas há 50 anos atrás".

"Hoje era impossível que umas inundações tivessem as consequências tão gravosas como tiveram. Naquele tempo não existiam os dispositivos que hoje temos. Para você ver os bombeiros da época nem macas para transportar os feridos tinham em número suficiente. Muitos tiveram de ser transportados em escadas", contou.

Luís Miguel Batista sublinhou que as cheias de 1967, tal como o terramoto de 1755, "fazem parte da memória coletiva dos portugueses e que a dimensão da tragédia nunca deve ser esquecida".

"É importante não deixar cair esta tragédia no esquecimento e procurar aprender alguma coisa dos erros que cometemos no passado", concluiu.

A conferência vai contar com a presença da historiadora Ana Paula Assunção e do presidente do conselho diretivo do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, Duarte Caldeira.

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