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A "farsa" de Tancos: "Custa-me acreditar em coincidências felizes"

Faz esta quarta-feira uma semana que o material de guerra em falta nos paióis de Tancos foi encontrado. Faz também uma semana que a ministra Constança Urbano de Sousa apresentou a, por muitos considerada, inevitável demissão. Coincidência? Vasco Lourenço não acredita "em fadas".

A "farsa" de Tancos: "Custa-me acreditar em coincidências felizes"
Notícias ao Minuto

08:01 - 25/10/17 por Melissa Lopes

País Vasco Lourenço

Passados quase quatro meses do desaparecimento do material de guerra do Paiol de Tancos, eis que, depois de uma denúncia anónima, há precisamente uma semana, foi encontrado o arsenal em falta – quase na totalidade - , num terreno na Chamusca.

Vasco Lourenço, que sempre se questionou acerca da veracidade do assalto/roubo, diz ao Notícias ao Minuto ter ficado, por um lado, surpreendido que tenha sido encontrado o material, uma vez que admitia que o mesmo já “tivesse zarpado para bem longe”. Por outro lado, defende, as condições em que o material foi recuperado só vêm confirmar a sua tese da “farsa”.

“A haver furto (como parece ter havido) ele terá sido feito por autênticos amadores… E nada me convence que a farsa não teve como uma das suas finalidades o aproveitamento político, anti-Geringonça”, atira.

Quanto ao facto de o material em causa ter sido encontrado no dia em que a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, se demitiu, Vasco Lourenço diz que essa é mais “uma circunstância que ajuda” à sua teoria de farsa. Coincidência?, perguntamos. “Custa-me acreditar em coincidências felizes...”, faz sobressair, demonstrando não acreditar que os cabecilhas do assalto vão ser descobertos. “Gostaria de acreditar”, diz, mas “já não tenho idade para acreditar em fadas”.

O presidente da Associação 25 de Abril está convencido de que todo este caso fragiliza o Exército (que ontem celebrou o seu dia), mas “não como alguns comentadores tentaram e tentam fazer crer”.

Do caso “ressaltam dois ‘pormenores’”. O primeiro ‘pormenor’ é a constatação da existência de “maus elementos, diria mesmo criminosos, no seio do Exército (que se prestam a desempenhar os papéis de ladrões de material de guerra, ainda por cima ladrões de pacotilha”. O segundo ‘pormenor’ é, para o coronel, “a redução à situação calamitosa”, que faz com que o Exército “não tenha meios – materiais, financeiros, mas principalmente humanos – para ser uma instituição devidamente apta ao cumprimento de todas as missões que o poder político lhe atribui, mas especialmente de todas a que o povo continua a pensar pertencer-lhe”.

Nesse sentido, e com base no que o país espera que as Forças Armadas sejam e tenham, Vasco Lourenço apela a "que todos – políticos e militares - cumpram os seus deveres: uns dotando as Forças Armadas dos meios necessários e suficientes para o cumprimento das missões, outros utilizando esses meios de modo a cumprir cabalmente essas missões”, finaliza o coronel.

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