Ao invés de procederem à instalação de cabos de fibra, como no seu dia-a-dia, vários trabalhadores montaram três tarjas entre árvores, no espaço que separa o Museu Ciência Viva e os escritórios-sede daquela empresa que sucedeu à Cabovisão, com os acionistas Apax France e Fortino Capital, que detêm ainda a Oni.
"Estamos em luta pelos salários, embora formalmente o estatuto atribuído é o de empresário em nome individual. Faz tudo parte do esquema destas empresas de telecomunicações. Os homens, que são a cara das marcas ao pé dos clientes e estão disponíveis 16 horas por dia, trabalham para subempreiteiros - como a Fibnet ou a Telcabo -, mas com fardas e materiais da Nowo, num sistema de extrema precariedade", lamentou o representante da União de Sindicatos de Setúbal, Luís Leitão, à Lusa.
Segundo aquele dirigente sindical, "estão em causa entre 1.500 e 4.000 euros que cada um dos cerca de 20 trabalhadores têm a haver", após uma das empresas subcontratada pela operadora em causa ter requerido, no início do ano, o plano especial de revitalização (PER).
"A Nowo, só calculando pela assinatura mínima, vai arrecadar três milhões de euros com o trabalho destas pessoas, tendo em conta os 24 meses a que agora já não dão o nome de fidelização do cliente", acrescentou Luís Leitão.
Em frente ao edifício ocupado pela Nowo, onde esteve também o deputado comunista Bruno Dias, podia ler-se nas tarjas: "Melhores salários e direitos" ou "Nova marca, velha exploração".
Cerca de uma hora depois da estipulada para o protesto (12:00), estava presente cerca de dezena e meia de pessoas na concentração, cenário diferente do de meia hora antes quando apenas seis elementos organizavam a manifestação.
À hora inicialmente marcada, somente dois polícias marcavam presença à porta da empresa, com a farda desportiva adequada à canícula - camisola de polo e calção e as suas bicicletas -, alertados para a realização de um protesto.