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Europa deve preparar-se para os tempos do Brexit e do populismo

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte defendeu hoje que a Europa "se deve preparar para os tempos do Brexit e do populismo" e nesse contexto disse que Portugal já se está a "impor".

Europa deve preparar-se para os tempos do Brexit e do populismo
Notícias ao Minuto

20:04 - 03/04/17 por Lusa

País CCDR-N

Fernando Freire de Sousa, que participava na sessão de encerramento do seminário internacional 'Convergência Económica e Políticas de Desenvolvimento Regional', promovido na Fundação de Serralves, no Porto, pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão, vincou um apelo à "reflexão" e a um "olhar para a frente e pensar num desenvolvimento regional, nacional e europeu".

Já em declarações à agência Lusa, à margem do seminário, Fernando Freire de Sousa sintetizou: "Hoje foi-nos apresentada uma reflexão sobre o pós 2020 na Europa e uma das palavras de ordem principais é a distinção entre os países de crescimento fraco e os países de rendimento fraco. Na prática é distinguir a periferia sul da Europa e a periferia leste da Europa. Aquilo que está subjacente é a ideia de que os que são mais pobres vão ter mais direitos do que aqueles que crescem menos", disse.

Tendo em conta esta visão, o presidente da CCDR-N salienta que "a experiência europeia de países com mais anos de Europa e que, com alguma resiliência, aguentaram todo este período", referindo-se a Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, por exemplo, "não deve ser facilmente descartável".

"Normalmente, os países da Europa de Leste são países que têm atributos nos níveis educativos e de preparação da população que fazem com que tenham muito mais capacidade para reagir a algumas diversidades que advêm o 'Brexit' (...). Os portugueses têm de se preparar para este embate. Temos de pôr em cima da mesa aqueles que são os nossos trunfos e realizações até aqui", referiu.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) acredita que se avizinha "uma luta árdua e difícil" porque "o populismo europeu facilmente procurará transformar na luta dos que não crescem, dos que se portaram mal".

Questionado então sobre se Portugal tem de se impor, Fernando Freire de Sousa disse acreditar que "isso está a acontecer a vários níveis".

"É importante perceber a aragem que vem de Bruxelas e saber o que se está a preparar para o pós 2020. E coletivamente temos de ouvir e cada um no seu lado, no Governo, nas instituições regionais, nas empresas, tem o seu papel, que tem de fazer de forma concertada. Já chega de andarmos de costas viradas uns para os outros", concluiu.

Na sessão também participou uma representante da secretária de Estado das Assuntos Europeus, a sub-diretora geral da Direção Geral dos Assuntos Europeus, Maria João Botelho, que apontou como estimativa um impacto de cerca de 23 mil milhões de euros pela saída do Reino Unido da União Europeia.

"Os debates sobre o futuro do projeto europeu ganharam uma nova urgência com a saída do Reino Unido (...). É importante que o debate adquira ritmo para evitar que a União Europeia fique paralisada na agenda 'Brexit'", disse a sub-diretora, que também considerou que os resultados das eleições na França e na Alemanha terão "muitas repercussões".

Por fim, o diretor da Unidade de Política Regional da Comissão Europeia, Eric von Breska, frisou que "o populismo em grande escala em toda a Europa ataca as fundações da União Europeia", defendendo que a resposta está na política de coesão.

"Não nos podemos esquecer de apresentar resultados. Temos de ter bons argumentos para defendermos a Europa, a coesão europeia, no futuro".

Para o responsável são "elementos-chave" a qualidade da governação, a inovação e melhorar as competências da mão-de-obra, sobretudo no que se refere aos mais jovens.

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