A mulher, já condenada em julho de 2012 a seis anos de prisão por ter burlado um empresário em 600 mil euros na falsa qualidade de herdeira do império BIC, é agora julgada por ter enganado os 80 queixosos identificados pelas autoridades.
Durante o julgamento iniciado em novembro de 2012 foram ouvidas centenas de testemunhas sobre o processo dos alegados falsos anúncios de procura de candidatos a empregos no estrangeiro, essencialmente na área da construção civil.
Atraídos pela promessa de trabalho com ordenados chorudos (cerca de cinco mil euros), os candidatos terão desembolsado antecipadamente quantias entre 500 e 600 euros para supostas inscrições, exames médicos e seguros, mas nunca arranjaram qualquer emprego.
Para além de Maria Moredo, que se fez passar por herdeira do império das canetas BIC, também Maria Pereira, uma solicitadora que se dizia sua secretária pessoal, é arguida neste julgamento.
De acordo com a acusação, ambas se faziam passar por engenheiras, pelo que também estão a ser julgadas por “usurpação de funções”.
Apesar de apenas terem sido identificados 80 queixosos, estima-se que o número pode atingir três mil.
Em julho, as Varas Criminais do Porto condenaram a seis anos de prisão uma mulher que burlou um empresário em 600 mil euros, fazendo-se passar por herdeira do fabricante de esferográficas BIC.
Uma coarguida, acusada de colaborar mais diretamente na burla, foi condenada a cinco anos e meio de prisão.
Ambas foram condenadas por burla qualificada, em coautoria.
A mulher, de 55 anos e natural de Mogadouro, fez-se passar por herdeira do fabricante das esferográficas BIC, e por proprietária de vários imóveis, assumindo a condição de empresária e de engenheira.
A leitura do acórdão está marcada para as 13:45 de hoje, na 4.ª vara criminal do Tribunal de São João Novo.