ASAE 'sem mãos' para analisar mais de 100 mil queixas
Neste momento são pouco mais de 10 as pessoas que analisam as milhares de queixas deixadas diariamente pelos portugueses nos livros de reclamações. Em 2012, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) não teve como registar e analisar as queixas feitas no Livro de Reclamações, relata o Expresso na edição deste sábado.
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País Livros
Segundo o semanário Expresso, a impossibilidade do Estado de contratar uma empresa privada para registar e analisar todas as queixas feitas durante 2012, levou a que uma equipa com pouco mais de dez pessoas se veja perante uma sobrecarga de trabalho. Contactada pelo jornal, uma fonte da ASAE garante que para dar vasão ao trabalho deixado por fazer em 2012, é necessário analisar mais de mil queixas diariamente.
Só nos primeiros quatro meses deste ano, os consumidores portugueses já deixaram 41,829 queixas, mas ainda estão por registar e analisar mais de 120 mil referentes a 2012.
Neste momento a ASAE é responsável pela gestão de 60% de todas as queixas do Livro de Reclamações, mas assegura que as que apresentaram um carácter mais grave tiveram um seguimento assegurado pelos técnicos dos serviços de inspecção. No entanto, isto não invalida que ainda existam milhares de queixas por tratar, o que para o secretário-geral da Deco, Jorge Morgado, “vêm por em causa as expectativas que os portugueses criaram sobre o Livro de Reclamações”.
O atraso na resposta às queixas é notório. Em declarações ao Expresso, a secretária-geral da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, Ana Vieira, assume que existem “reclamações a que a ASAE está a dar sequência seis ou sete meses depois”, sendo que a legislação estipula um prazo de dez dias.
Desde 2007 que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) é responsável pelo controlo das queixas relacionadas com estabelecimentos de restauração e bebidas, o que fez com que o seu peso no famoso Livro de Reclamações aumentasse. Com isto, verificou-se ainda um acréscimo de 85% dos processos no intervalo de apenas um ano. Em 2008, a situação agravou-se quando a ASAE se tornou responsável pelo empreendimento turístico, aumentando para mais de 100 mil o número de reclamações por regular.
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