A jornalista Ana Leal, que está proibida de entrar nas instalações da TVI, contestou esta semana a nota de culpa que recebeu no mês passado e que a impede de frequentar o seu local de trabalho. Recorde-se que na base desta proibição, consequência do inquérito disciplinar que decorre, está o facto de a jornalista ter pedido esclarecimentos ao director de Informação, José Alberto Carvalho, e ao Conselho de Redacção da TVI, sobre o facto de uma notícia sua ter saído à última hora do alinhamento do telejornal. Tudo aconteceu no dia em que Judite de Sousa era a responsável pelo alinhamento do Jornal das 8.
Para provar a sua inocência perante as acusações que lhe são feitas pela administração da estação de Queluz, a jornalista arrolou como testemunhas José Eduardo Moniz (ex-director geral da TVI), José Manuel Fernandes (ex-director do Público), Óscar Mascarenhas (provedor do leitor no Diário de Notícias), bem como outras pessoas do ramo. Mas não só, a sua defesa assenta ainda no testemunho de João Palma (ex-presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público) e Figueiredo Dias (professor catedrático de Código Penal).
Além de apresentar este rol de testemunhas, a jornalista vai também tentar provar a sua inocência com recurso a recortes de notícias que mostram que Judite de Sousa, subdirectora de informação de Queluz e, no dia em questão, responsável pelo alinhamento do Jornal das 8, tem relações difíceis não só com os jornalistas mas também com os conselhos de redacção.
Ao jornal i, o advogado de Ana Leal, Ricardo Sá Fernandes, frisou que a defesa da jornalista “assenta no argumento de que ela exerceu o direito à liberdade de expressão e nunca pode ser sancionada por isso”.