No discurso que proferiu durante a cerimónia de entrega dos Prémios BIAL 2012, que decorreu hoje no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, Cavaco Silva considerou que empresas como a BIAL “mostram que o êxito está ao nosso alcance, ao alcance dos nossos sonhos e do nosso trabalho” e “são motivo de esperança para Portugal e sinal do talento e da fibra dos portugueses”.
“Nos tempos difíceis que o país atravessa, importa não perder o sentido de futuro e valorizar o papel da ciência, do conhecimento e da inovação, enquanto componentes decisivos do nosso desenvolvimento e afirmação internacional”, enfatizou.
Na opinião do chefe de Estado, “graças à excelência da investigação desenvolvida, a BIAL dispõe hoje de produtos reconhecidos à escala mundial”, considerando que é uma empresa que adquiriu uma internacionalização que deve ser saudada e apresentada como exemplo aos empresários e investigadores.
Cavaco Silva, que pela quarta vez se associou a esta entrega de prémios, destacou o galardoado com o Grande Prémio BIAL de Medicina 2012, Peter Henry St. George-Hyslop, sublinhando que a investigação por ele liderada “abre caminho para o diagnóstico precoce das doenças neuro degenerativas e para o tratamento de indivíduos em risco, muito antes da ocorrência de dano cerebral permanente”.
“Em Portugal calcula-se que haja hoje cerca de 153 mil pessoas com demências, das quais 90.000 com a doença de Alzheimer, sem dúvida um dos problemas mais sérios de saúde pública que o país enfrenta”, alertou.
Sobre o galardoado com o prémio BIAL de Medicina Clínica 2012, José Cunha Vaz, o Presidente da República destacou que o trabalho de investigação desta equipa “é de grande relevância para o diagnóstico precoce e para uma melhor caracterização das fases iniciais da Retinopatia Diabética e abre novas e promissoras perspectivas à prevenção e terapêutica personalizada dos casos de perda de visão associada à diabetes”.
A edição Prémio BIAL 2012, considerado um dos galardões de investigação científica de maior prestígio a nível mundial na área da Saúde, atribuiu ainda duas Menções Honrosas a dois trabalhos de investigação distintos, da autoria de Manel Esteller, director do Programa de Epigenética e Biologia do Cancro do Instituto de Investigações Biomédicas de Bellvitge, em Barcelona, e a Pedro Medina, da Universidade de Granada. Em comum, apresentam o facto de se centrarem nos fatores genéticos associados ao cancro.
Desde a sua criação em 1984, o Prémio BIAL já analisou 580 obras candidatas e mobilizou 1315 investigadores, médicos e cientistas. Em quinze edições, distinguiu 231 autores, 91 obras premiadas, e distribuiu gratuitamente pela classe médica e científica 35 obras premiadas, num total de mais de 300.000 exemplares.
Na cerimónia estiveram ainda presentes o ministro da Saúde, Paulo Macedo, a secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, o reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva e os candidatos à Câmara do Porto do PSD e do PS, Luís Filipe Menezes e Manuel Pizarro, respectivamente.