Num universo de 521 escolas que disponibilizaram dados sobre o percurso académico dos seus alunos ao longo do ensino secundário, apenas 76 estabelecimentos de ensino conseguiram que, pelo menos, metade dos alunos tivessem percursos diretos de sucesso, ou seja, conseguissem fazer o secundário sem chumbar nenhum ano nem a nenhum exame nacional.
Esta é uma das conclusões que se podem retirar dos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação relativos ao percurso dos estudantes que entraram para o 10.º ano de escolaridade em 2013/14 e, no passado ano letivo, terminaram o secundário.
Das 76 escolas onde a maioria dos alunos teve sucesso académico, apenas 17 são privadas, sendo as restantes 59 públicas que surgem em destaque neste ranking realizado pela Lusa com informações disponíveis no site Infoescolas.
Os primeiros quatro lugares do ranking das escolas com melhores percentagens de percursos diretos de sucesso são ocupados por colégios situados no norte do país: Colégio "D. Diogo de Sousa", Externato "Carvalho Araújo" e Externato "Infante D. Henrique", todos de Braga, e Externato "Delfim Ferreira", em Vila Nova de Famalicão.
Em quinto lugar surge o primeiro estabelecimento de ensino público: a Escola Secundária Maria II, em Braga, onde 79% dos alunos foram bem sucedidos no ensino secundário.
Esta escola bracarense surge em 125.º lugar no ranking geral da Lusa que analisou apenas as médias dos alunos nos exames nacionais, sem ter em conta o seu percurso académico, retenções ou chumbos.
Os doze lugares seguintes são todos ocupados por estabelecimentos de ensino públicos, com destaque para a Escola Secundária de Fafe, que surge em 6.º lugar como a escola com menos reprovações ao longo do secundário mas que ocupa o 475º lugar do ranking tradicional que faz a média dos exames nacionais.
Logo a seguir surge a Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, que surge em 7.º lugar na lista de percursos de sucesso e em 188ª do ranking tradicional.
Para encontrar estes resultados, a equipa do Ministério da Educação acompanhou o percurso dos alunos durante o ensino secundário para encontrar a percentagem dos que obtiveram classificação positiva nos exames das duas disciplinas trienais do 12.º ano, após um percurso sem retenções nos10.º e 11.º anos de escolaridade.
Este novo indicador "não premeia a retenção nem premeia a seleção de alunos", lembrou o secretário de estado da Educação, João Costa, no dia em que apresentou este novo dado, defendendo que "comparar apenas médias é muito pobre".
Também o subdiretor-geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), João Batista, revelou na altura que este indicador iria colocar em destaque dois tipos de escolas a encimar as tabelas: "as que normalmente já estão no topo dos 'rankings', que já recebem alunos muito bons, e escolas que recebem alunos medianos ou com dificuldades, mas que conseguem recuperá-los e ter resultados sólidos".
