"Nós já trabalhamos cá em Portugal com 'call center', e aquilo que vamos fazer em São Tomé e Príncipe é focar também no ramo dos 'call center' e tudo o que tenha a ver com tecnologias e inovação", disse à Lusa Carlos Cunha Velho, diretor executivo da STP Tecnologias e Inovação.
Carlos Cunha Velho explicou que em Portugal emprega entre 15 e 20 pessoas e que o novo projeto de 'call center' em São Tomé e Príncipe vai também prestar serviços para empresas que tenham clientes em Portugal.
"Nós vamos montar este 'call center' em São Tomé e Príncipe com capital totalmente privado", salientou, afirmando que serão investidos inicialmente cerca de 700 mil euros.
"Será um 'call center' totalmente informatizado e vamos levar de Portugal formadores e também vendedores já experientes para dar formação teórica e prática", referiu ainda.
Segundo Carlos Cunha Velho, neste início do projeto, o 'call center' da STP Tecnologias e Inovação terá cerca de 50 funcionários.
"Teremos um mês de formação em setembro e depois vamos começar as atividades no princípio de outubro", afirmou.
"O nosso intuito é empregar mais pessoas de São Tomé e Príncipe para ajudar o país a desenvolver-se, sermos uma mais-valia. Há muita falta de emprego, principalmente entre os licenciados que vieram estudar em Portugal e não conseguem entrar no mercado de trabalho em São Tomé", acrescentou.
Segundo o diretor executivo, a longo prazo, pretendem chegar a ter 600 funcionários em São Tomé e Príncipe, "já que o projeto abrange várias áreas da tecnologia, inovação e energia renovável, como painéis solares".
"Para além dos funcionários do 'call center', por exemplo, teremos técnicos para instalação de serviços nas casas dos clientes, assim como haverá a criação de infraestruturas para a rede a nível de fibra ótica, colocação de postes e obras públicas para dar suporte a tudo isso", afirmou.
Carlos Cunha Velho acrescentou que pretende, posteriormente, estender a sua atividade a todo o arquipélago de São Tomé e Príncipe e também a países vizinhos da África Ocidental e Central.
O diretor executivo disse que há ainda muita carência de serviços de telecomunicações, de inovação e energias renováveis em São Tomé.
"O público-alvo em São Tomé não tem acesso, por exemplo, a um pacote de 15 canais europeus ou de filmes. Vamos entrar para suprir uma parte desta carência", sublinhou.
Carlos Cunha Velho disse que tem "grandes expectativas para o projeto" e que lhe agrada muito a realidade de São Tomé e Príncipe, comparando com outros países, já que "não há grande criminalidade e é muito tranquilo".
[Notícia alterada às 22h06 de dia 29 de agosto]