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Caçadores alertam para falha de controlo sanitário, Ministério rejeita

Os caçadores alertam para a redução de espécies cinegéticas, o incumprimento dos períodos de caça, que querem diminuir, e a falta de fiscalização das doenças dos animais, com risco para a saúde pública, críticas rejeitadas pelo Ministério da Agricultura.

Caçadores alertam para falha de controlo sanitário, Ministério rejeita
Notícias ao Minuto

13:59 - 17/08/16 por Lusa

País Caça

"Há falta de espécies cinegéticas, todas as espécies selvagens estão praticamente em vias de extinção, algumas zonas de caça têm espécies [mas] são postas pela mão do homem e não pela natureza", por isso, "pedimos uma revisão dos dias que estão impostos para a prática, com uma diminuição" para dois dias, disse à agência Lusa o secretário-geral da Federação Nacional dos Caçadores e Proprietários.

Os gestores das zonas de caça "acabam por conseguir mais que os três dias permitidos, não há controlo absolutamente nenhum sobre isso", salientou Eduardo Biscaia.

Este responsável, como José Manuel Baptista, do Movimento de Caçadores Portugueses, juntam à preocupação o alerta para o que apontam como falta de controlo sanitário das doenças que afetam javalis, coelhos e veados.

"Está em causa a saúde pública, não se sabe se os animais caçados estão doentes ou não", salientou José Manuel Baptista, acrescentando que os problemas foram apresentados várias vezes ao Ministério da Agricultura e ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Em resposta a questões da agência Lusa, o Ministério da Agricultura "rejeita estas críticas tendo em conta as ações de fiscalização e de prevenção" e os mecanismos de alerta em vigor.

A Agricultura e do Ambiente estudam também "outras medidas para fazer face à situação", nomeadamente do coelho bravo, com a abertura de um concurso no programa POSEUR para ações de recuperação e proteção de espécies com conservação desfavorável e fomento de presas.

É referida "a intervenção da autoridade competente em sanidade animal, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária" que, com o ICNF e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), desenvolveu uma estratégia, apresentada em 2015.

O Ministério menciona a lei para recordar que compete às Entidades Gestoras de Zonas de Caça (EGZC) "fazer uma gestão sustentada dos recursos cinegéticos na área sob sua jurisdição e adequar o esforço de caça aos efetivos existentes", e monitorizar a região.

Cabe aos caçadores rejeitar peças de caça "visivelmente doentes e reportar" às EGZC para controlo e, por exemplo, para o coelho bravo, o ICNF e outras organizações "estão a recolher amostras de indivíduos para a realização de análises", garantiu.

O Ministério da Agricultura lembra que algumas das doenças dos animais caçados "também se transmitem à espécie humana", podendo levar a "situações de doença de grande gravidade", por isso, realça a "necessidade absoluta" de as EGZC promoverem a observação das peças de caça "por pessoa devidamente formada".

O organismo liderado por Luís Capoulas Santos "não partilha da opinião de que o número de dias de caça praticados na zonas de caça seja superior aos permitidos por lei" e refere que os dados obtidos na fiscalização não sustentam essa posição.

"Uma gestão nesses termos não só representaria uma violação grosseira da lei, como iria certamente inviabilizar a prática da caça no resto do ano ou pôr em risco as épocas seguintes", aponta ainda.

A caça à rola tem início marcado para domingo, apesar dos pedidos dos caçadores e dos ambientalistas para que seja proibida, e ao coelho, lebre e coderniz começa em setembro.

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