Idosos procuram Quiosque da Saúde para fugir às filas de espera no SNS

Revestido de amarelo, o Quiosque da Saúde não passa despercebido na freguesia lisboeta de Alcântara, onde é procurado essencialmente pela população idosa para receber cuidados de saúde primários, evitando as filas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Idosos procuram Quiosque da Saúde para fugir às filas de espera no SNS

© Facebook/Associação Conversa Amiga

Lusa
26/06/2016 11:48 ‧ 26/06/2016 por Lusa

País

Lisboa

"Pelo menos a gente chega aqui e é bem recebida. [...] Nas urgências estamos ali horas e horas e nunca mais somos atendidos", comenta Olívia Semedo, uma das utentes do Quiosque, considerando que o projeto "é muito bom".

Numa manhã de sexta-feira na cidade de Lisboa, com o trânsito rodoviário e a passagem do comboio na ponte 25 de Abril como música de fundo, o dia de trabalho no Quiosque da Saúde arranca calmamente às 09:00, preparando-se o material de enfermagem para prestar os cuidados de saúde primários a todos quantos precisarem.

"Normalmente, são pessoas que moram na zona e que não têm tanta facilidade de acesso aos centros de saúde. Há muitas delas que não têm médico de família, o tempo de espera para uma consulta é mais elevado, então veem o Quiosque como um acesso facilitado", diz à Lusa a enfermeira de serviço Carla Amaral.

Os principais serviços prestados são a avaliação de tensão arterial, colesterol e glicemia, bem como a conversa terapêutica.

Inaugurado no final de janeiro deste ano, o Quiosque da Saúde de Alcântara, que funciona três dias por semana - segunda, quarta e sexta-feira -, realizou 350 consultas até 10 de junho, o que corresponde a uma média de seis consultas por dia.

Apesar de o número de utentes não ser ainda muito representativo, o balanço em termos de funcionamento do equipamento "é bastante positivo", considera a coordenadora do projeto Joana Feliciano, sublinhando que o Quiosque não pretende sobrepor-se ao SNS, mas potenciar o acesso aos cuidados de saúde com uma resposta simples, fácil e próxima.

Natural de Estremoz (Évora), Olívia Semedo, de 54 anos, mudou-se para Lisboa há cerca de um ano para cuidar de uma idosa de 84 anos, na freguesia de Alcântara.

Como ainda não tem médico de família atribuído na capital, a alentejana opta por ir ao Quiosque e aproveita e leva também a senhora de quem cuida.

"Este Quiosque é útil para a população", diz, defendendo que poderia oferecer mais serviços, como exames ao coração.

De passagem para o Mercado Rosa Agulhas, Maria Simão, de 73 anos, preparava-se para ir às compras quando viu o Quiosque da Saúde e decidiu espreitar.

Curiosa, perguntou à enfermeira se podia medir a tensão arterial e a glicemia. Logo depois, está de mangas arregaçadas, a ser atendida.

Para Maria Simão, "é excelente este apoio às pessoas" e os preços também são acessíveis. Satisfeita com o atendimento prestado, refere que o projeto deveria ser alargado a outras zonas da cidade, porque "muitas vezes as pessoas têm muita dificuldade em ir ao centro de saúde".

Alberto Tomas, de 58 anos, não poupa nos elogios ao atendimento: "A enfermeira é muito simpática, é muito atenciosa, dá sempre uma palavrinha amiga".

Com uma frequência bimensal, Alberto pede uma avaliação da tensão, colesterol e glicemia no Quiosque. Vai continuar a ir ao médico de família para fazer outras análises, apesar de considerar que lá "é infernal o tempo de espera".

"Fiquei toda contente quando cá vi isto", comenta Belmira Gonçalves, de 72 anos, que faz rastreios de 15 em 15 dias, acompanhada do marido.

Como é diabética, Belmira tem uma máquina em casa para medir a glicemia capilar, mas quando dúvida do aparelho vem confirmar ao Quiosque.

"Tudo quanto seja para bem do povo acho que é muito bem", advogou.

Idealizado pela Associação Conversa Amiga (ACA), o projeto Quiosque da Saúde começou na zona de Olaias, em Lisboa, com a instalação de um equipamento em novembro de 2014, crescendo com a criação de um Quiosque na freguesia de Pegões, no concelho do Montijo (Setúbal), e depois outro em Alcântara.

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