Casamentos e Santo António: Uma tradição que hoje se volta a cumprir

Celebram-se hoje os Casamentos de Santo António. Trata-se de uma tradição com mais de cinco décadas, mas será que sabe qual é a sua origem? E Santo António? Conhece a vida deste santo que é também padroeiro da cidade de Lisboa?

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Patrícia Martins Carvalho
12/06/2016 09:45 ‧ 12/06/2016 por Patrícia Martins Carvalho

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Origens

Recuemos a 1958. Pela primeira vez, 26 casais lisboetas subiram ao altar, em conjunto, para dizerem perante Deus e a audiência que queriam ficar juntos para sempre.

A iniciativa partiu do já extinto Diário Popular, cujo objetivo era possibilitar o casamento a casais com dificuldades financeiras.

Hoje é a vez de 16 casais, entre os 20 e os 39 anos e oriundos de várias freguesias de Lisboa, subirem ao altar naquela que é uma das cerimónias mais acarinhadas pelos lisboetas.

Embora a tradição remonte a 1958, sob o nome de ‘Noivas de Santo António’, a mesma foi “interrompida no conturbado ano de 1974”. Contudo, foi recuperada em 1997 pela Câmara Municipal de Lisboa e desde então dá-se pelo nome de ‘Casamentos de Santo António’.

Aos casamentos vão assistir os convidados dos 16 casais, mas não só, uma vez que a RTP é a televisão oficial do evento e terá uma emissão especial na qual transmitirá a troca de votos no altar. De manhã realizar-se-ão os 11 casamentos religiosos na Sé Patriarcal e, a partir das 14h15, terá lugar o casamento civil de cinco casais nos Paços do Concelho.

Tal como já vem sendo habitual, à cerimónia vão assistir também os chamados ‘casais de ouro’. Por outras palavras, são casais que deram o nó, neste caso, em 1966 sob a bênção de Santo António, e que, por isso, este ano celebram 50 anos de união.

Em declarações ao Notícias ao Minuto, fonte da Câmara Municipal de Lisboa revelou que, este ano, foram recebidas cerca de 50 candidaturas de casais que queriam dar o nó neste dia tão especial para Lisboa, o dia de Santo António. Mas quais são os requisitos para que um casal possa candidatar-se a este evento anual?

“Os noivos têm de estar em situação legal que lhes permita que seja assegurada a realização legal do matrimónio, devendo prestar todos os esclarecimentos solicitados pela Câmara Municipal de Lisboa, e pelo menos um dos dois terá que residir no concelho”, explicou fonte autárquica.

No que diz respeito ao investimento financeiro, a autarquia lisboeta faz saber que da sua parte é “nenhum”, pois a iniciativa conta com o apoio de “cerca de 80 entidades parceiras”, ente lojas de vestidos de noiva, joalharias, unidades hoteleiras, elementos da comunicação social, pastelarias, entre muitos outros.

Terminadas as cerimónias religiosa e civil, os 16 casais vão desfilar em carros antigos até à Estufa Fria, no Parque Eduardo VII, onde irá decorrer o copo-de-água. À noite, os noivos de Santo António vão até à Avenida da Liberdade, onde terá lugar o tradicional desfile das Marchas Populares, também eles desfilando perante os presentes.

O dia 13 será para descansar e repor energias até porque a lua-de-mel, também ela garantida pelos parceiros da organização do evento, começa logo no dia 14 e prolonga-se até ao dia 18 em Tavira, no Algarve.

Quem foi Santo António?

Santo António nasceu em Lisboa em 1195 numa casa, onde segundo conta a lenda, foi posteriormente construída a igreja em sua homenagem.

Iniciou os seus estudos no Mosteiro de São Vicente de Fora, mudando-se depois para Coimbra onde concluiu os estudos superiores no Mosteiro de Santa Cruz. Depois ingressou na Ordem dos Franciscanos, tendo dedicado a sua vida a ajudar os pobres e a converter aqueles que se afastavam do caminho de Deus ou que seguiam outra religião, como era o caso dos muçulmanos em Marrocos, para onde viajou.

Acabou por morrer em Pádua, na Itália, a 13 de junho de 1231 mas antes havia dado aulas de Teologia em várias universidades europeias de prestígio.

Em maio seguinte, o Papa Gregório IX canonizou aquele que foi um grande intelectual português do século XIII, tendo sido o primeiro doutor da ordem franciscana.

Sobre as origens de Santo António pouco se sabe. O nome dos pais é fruto da lenda e quanto ao seu nome acredita-se que tenha sido batizado como Fernando.

A Santo António são atribuídos vários milagres e os seus restos mortais descansam na Basílica de Santo António de Pádua, uma igreja construída em sua homenagem.

Falta ainda dizer que em 1934, o Papa Pio XI proclamou-o como segundo Padroeiro de Portugal, a par de Nossa Senhora da Conceição.

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