Bastonária dos advogados apela à luta contra atropelos a direitos constitucionais

A bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, apelou hoje a uma maior participação dos cidadãos na defesa dos direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa, que este ano completa 40 anos, sob pena de retrocessos graves.

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Lusa
22/04/2016 06:25 ‧ 22/04/2016 por Lusa

País

Elina Fraga

"Todas as reformas que foram feitas nos últimos anos representam um retrocesso ou recuo nos direitos, nas garantias e nas liberdades e cada um de nós tem assistido a esse atropelo aos direitos fundamentais que estão consagrados na Constituição sem erguer com veemência a sua voz", afirmou.

Durante a conferência "A justiça e os cidadãos", em Loulé, a bastonária e o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, António Ventinhas, vincaram que o combate ao terrorismo e à corrupção, ainda que complexo, não pode ser pretexto para a eliminação de direitos consagrados na Constituição.

O combate "deve ser feito mas com respeito por direitos de defesa, com respeito pelas garantias consagradas sob pena de passarmos a ter um Estado totalitário", disse Elina Fraga observando que o direito à liberdade e à privacidade só deve ser constrangido na medida exclusivamente necessária.

A Constituição da República Portuguesa de 1976 e o Tribunal Constitucional têm-se mostrado determinantes, na atualidade, para fazer frente às tentativas de cortes nos direitos constitucionais dos cidadãos, referiu António Ventinhas.

O direito à presunção de inocência é, segundo a bastonária, um dos mais afetados na atualidade, com os meios de comunicação a acompanharem o desenvolvimento dos processos antes de chegarem a julgamento ou de ser conhecida a sentença.

"Esses julgamentos, que são feitos na praça pública, que são feitos nos pelourinhos da modernidade, que são os órgãos de comunicação social, são perigosos e destroem princípios e valores que considero imprescindíveis a uma democracia como é o princípio da presunção de inocência", comentou.

Uma situação que a bastonária frisou que "tritura" irremediavelmente a honra e a vida das pessoas acusadas que, mesmo em caso de absolvição, dificilmente conseguem reparar os danos causados.

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