A informação foi transmitida ao deputado do PCP no Parlamento Europeu João Ferreira pelo comissário europeu da Saúde e Defesa do Consumidor na sequência de diversas perguntas formalizadas em Janeiro sobre o acompanhamento da doença e as medidas previstas para um futuro próximo.
Na resposta, transmitida na quinta-feira e hoje divulgada pelo PCP, o comissário europeu Tonio Borg revelou que o CEPCD, agência descentralizada da União Europeia que tem por missão o reforço dos meios de defesa perante as doenças infecciosas, “está a planear uma segunda missão em Março” à Madeira, depois de uma primeira realizada entre 22 de Outubro a 7 de Novembro do ano passado.
Esta segunda iniciativa visa “assegurar uma análise retrospectiva completa do surto, rever o plano de emergência já existente, apoiar o acompanhamento dos parâmetros ambientais e avaliar o risco atual e futuro da transmissão da dengue no arquipélago da Madeira”, lê-se no documento, que enumera o trabalho desenvolvido na região de combate ao problema.
Assinalando que “a maior parte dos casos de dengue na União Europeia é importada de países tropicais e subtropicais com dengue endémico”, Tonio Borg adiantou a sua evolução: “Foram constatados 497 casos em 2008, 522 em 2009 e 1.571 em 2010, comunicados principalmente pela Alemanha, França, Suécia e Bélgica”, sendo que “em 2010 registaram-se dois casos de dengue nativos, em França e na Croácia”.
O comissário europeu da Saúde e Defesa do Consumidor reconheceu ser necessária “uma abordagem europeia para o controlo da dengue, dado que o principal vector, o mosquito ‘Aedes aegypti’, está presente na Madeira e em torno do Mar Negro, e que o vector secundário, o mosquito ‘Aedes albopictus’, se encontra disseminado nos países mediterrânicos”.
A última informação disponibilizada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre o surto de dengue na ilha da Madeira, em Fevereiro, dava conta da existência de mais de 2.100 casos de febre de dengue notificados, confirmando a tendência decrescente.