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Daesh: "Nenhum país está a salvo como potencial alvo"

Bernardo Pires de Lima, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa e habitual comentador de política internacional em alguns órgãos de comunicação nacionais, defende, em declarações prestadas ao Notícias ao Minuto, que o combate ao terrorismo no Ocidente não tem uma solução rápida.

Daesh: "Nenhum país está a salvo como potencial alvo"
Notícias ao Minuto

11:01 - 31/12/15 por Anabela de Sousa Dantas

País Opinião

Feitos os balanços de final de ano, em termos de crises internacionais, os últimos dozes meses foram verdadeiros desafios para líderes de vários países. A ação de grupos extremistas como o autoproclamado Estado Islâmico tem conquistado mais espaço na opinião pública, devidos aos ataques levados a cabo em países ocidentais, acabando por se descortinar o caos e o rasto de destruição que esta organização deixa em países muçulmanos.

Os resultados desta espécie de ‘lei da barbárie’ incutida pelo islamismo radical começaram este ano a sentir-se em força nas costas e nas fronteiras da Europa, tornando-se aqui as opiniões em temas fraturantes e pouco consensuais, estando na sua base, no entanto, o desespero e a fuga à guerra (e à morte) de milhares de pessoas.

Em declarações ao Notícias ao Minuto, Bernardo Pires de Lima, colunista do Diário de Notícias e comentador de política internacional na RTP1 e da Antena 1, refere que a luta ao terrorismo ainda é um longo caminho a percorrer.

“A luta antiterrorista feita pelo Ocidente tem o sucesso que o seu conhecimento sobre o fenómeno permitir, a coordenação que os serviços de informação ditar e as parcerias com os parceiros árabes e islâmicos deixar. Nestas três vertentes ainda estamos muito longe de qualquer êxito”, indicou o autor de ‘A Síria em Pedaços’ (Tinta-da-China, 2015).

O investigador Instituto Português de Relações Internacionais sublinha que se conhece hoje “mais do que há dez anos” e que existe mais “partilha de informação” mas que ainda será “um longo percurso”.

“Não há, por isso, soluções ótimas e rápidas, mas é preciso cortar os canais de financiamento, minar o recrutamento e a radicalização sobretudo online, destruir militarmente os meios militares destes grupos, contribuir para estabilizar algumas guerras civis que os alimentam (Síria, Iraque, Líbia, Afeganistão, Iémen) e trabalhar mais e melhor com as comunidades muçulmanas moderadas que habitam nas capitais ocidentais. São elas as principais prejudicadas pelo crescimento do radicalismo islâmico e pelo terrorismo”, esclareceu.

Quando questionado sobre a credibilidade de uma possível ameaça a Portugal, Bernardo Pires de Lima apontou que “nenhum país está a salvo como potencial alvo”. “De qualquer forma, há países mais interessantes para os objetivos deste terrorismo islâmico do que Portugal”, terminou.

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