O atual Mercado Alfacinha fica agora a cargo da Associação dos Comerciantes nos Mercados de Lisboa, entidade responsável também pela requalificação.
A presidente da associação, Luísa Carvalho, justificou a mudança de nome -- que já se vê na fachada -- com uma "carga negativa" associada à Picheleira.
"Eu acho que Picheleira tinha uma carga um bocado negativa", enquanto a designação "Alfacinha" remete para "um mercado da cidade", disse aquela responsável à agência Lusa.
Das 22 lojas disponíveis, apenas uma ainda não está atribuída. Quanto às bancas, serão preenchidas por três comerciantes de peixe e três hortofrutícolas, referiu.
Segundo Luísa Carvalho, o mercado tem "agora mais oferta", já que "antes nem havia um sítio onde tomar uma garrafa de água ou beber um café".
Nas novidades incluem-se uma papelaria, uma barbearia, uma casa de chá, um ateliê de arte e de tecelagem, uma padaria, um talho ou uma banca de cervejas artesanais.
Da planta antiga, desapareceu a bancada central para dar lugar a um espaço com mesas e a uma zona para crianças.
Pedro Alfar inclui-se nos estreantes daquele espaço. No primeiro dia de negócio do seu café, o comerciante destacou as condições do espaço e as mesas, colocadas em frente ao estabelecimento, que lhe vão servir de esplanada.
Quanto aos clientes, as reações têm sido positivas.
"Muitas pessoas ainda não sabiam que o mercado já estava aberto, mas têm aderido", disse.
Por seu turno, Paula Colorado tem o seu negócio de carne de aves há 34 anos. Para a comerciante, a quem os fregueses chamam "Paula dos frangos", a mudança no espaço é bem-vinda, a mudança do nome nem tanto.
"Já vi muitas fases deste mercado, acho muito bem a mudança, desde que chame mais pessoas", vincou, acrescentando "não ter nada contra o novo nome, mas não devia ter sido mudado".
Na sua opinião, o hábito vai fazer com que as pessoas continuem a chamar ao espaço Mercado da Picheleira.
Uma das pessoas que hoje "espreitou" o novo Mercado Alfacinha foi Maria Pereira, moradora na freguesia do Beato há 14 anos, e cliente assídua das bancas de peixe.
"Isto está muito bonito, mas não deve ser para muito tempo", afirmou à Lusa. Apesar de esperar "que assim não seja", devido à qualidade dos produtos, Maria Pereira referiu a concorrência de preços das cadeias de supermercados da zona.
Também Rosário Domingos destacou a qualidade dos produtos.
"Vou continuar cliente, há coisas aqui que não encontro em mais lado nenhum", vincou.
Atualmente, o mercado está aberto das 08:00 às 20:00, estando a ser estudada a possibilidade de alargar o horário. A criação de um horário de inverno e outro de verão também está em cima da mesa, como forma de atrair a população mais nova, concretizou Luísa Carvalho.