Nos últimos dois anos, 161 reclusos aproveitaram as saídas precárias que lhes foram concedidas para voltar ao crime.
Os dados são da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e dizem respeito ao período entre janeiro e o dia 14 de outubro deste ano, durante o qual foram concedidas 7.239 saídas precárias, com 39 incumprimentos.
Os incumprimentos podem estar relacionados com o facto de esses reclusos aproveitarem o período fora da cadeia para voltar a cometer crimes, bem como o de se apresentarem com atraso nas instalações, ou em estado de embriaguez ou de consumo de estupefacientes.
Há também quem aproveite as saídas para procurar drogas que mais tarde tenta introduzir na cadeia.
O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional destaca ao Jornal de Notícias algumas falhas relacionadas com esta situação, como por exemplo a hora a que os reclusos têm de voltar a apresentar-se na prisão.
“Têm de entrar às 19h quando há menos guardas. Um facto que alguns reclusos aproveitam para introduzir droga na cadeia”, refere Jorge Alves, defendendo também a necessidade de haver um acompanhamento das precárias.
As saídas precárias, recorde-se, foram criadas para ajudar a manutenção e promoção dos laços familiares e sociais e a preparação do recluso para a vida em liberdade. São aplicadas a partir do momento em que o recluso, quando condenado a mais seis meses de prisão, já tenha cumprido um quarto da pena.