O combate ao isolamento de idosos é um dos objetivos do plano, procurando contrariá-lo com medidas que passam pela criação de "grupos de visitadores" e de voluntários, que ensinem e saibam lidar com doenças crónicas, pela organização de passeios e abertura de espaços para os idosos nas coletividades ou em espaços culturais, como museus ou biblioteca.
A alteração de circuitos de transportes públicos mais acessíveis aos idosos, a adaptação dos veículos e dos próprios locais de paragem aos idosos são propostas com o intuito de incentivar o transporte público e a circulação de pessoas para combater esse isolamento social.
Uma vez que 93% da população inquirida no âmbito do diagnóstico do plano vive em casa própria, é sublinhada a necessidade de criar projetos de monitorização de pessoas à distância e serviços orientados para idosos portadores de demências, seja ao domicílio ou em lar, bem como de um serviço de apoio domiciliário para pessoas carenciadas, de respostas sociais ao domicílio e apoios a obras de manutenção ou recuperação da habitação.
Dos inquiridos, 40,9 a 67% admitiram a necessidade de fazerem obras em casa, para resolver problemas de humidade, infiltrações e frio, prejudiciais às doenças cardiovasculares e respiratórias.
Uma percentagem de 74% de mulheres com 75 ou mais anos e 54,5% entre os 65 e os 74 anos precisam de ajuda nas atividades instrumentais da vida, Nos homens, a ajuda é necessária para 90% com 75 ou mais anos e 81,5% entre os 65 e os 74 anos.
A violência física e psicológica sobre os idosos é também uma das principais preocupações, uma vez que foram detetados casos de negligência em 5,2% dos homens e 12,8% das mulheres inquiridas: 14,8% de homens e 19,7% das mulheres afirmam que as decisões são impostas por algum dos seus familiares, entre 4,4% e 6,9% sentem medo de alguém e entre 7,8% e 8,5% já foram agredidos ou forçados a fazer alguma coisa contra a sua vontade (4,3% e 6,4%).
Entre as medidas previstas, estão a criação de locais para identificação de casos de violência e a disponibilização de recursos às vítimas.
A promoção da saúde e de hábitos de vida saudáveis é também uma das prioridades, de modo a retardar o aparecimento de doenças crónicas e a mortandade prematura. O estudo aponta para a realização de rastreios e exames de diagnóstico, programas que estimulem a atividade física ou ações de prevenção de quedas.
Dos inquiridos, 45% das mulheres e 19,1% dos homens sofreram quedas no último ano. 54,8% dos homens nunca fizeram exames aos intestinos, 45,2% não foram ao dentista e 31,3% não fizeram exames urológicos. Entre as mulheres, 58,2% não tinham feito exames aos intestinos e 40,7% não fizeram exames ginecológicos.
O plano, elaborado em conjunto pela Escola Superior de Saúde de Leiria, surge da necessidade de encontrar respostas para uma população que está a envelhecer. No concelho, existem 123 idosos para 100 jovens, um valor inferior ao da região Oeste (132) e à média nacional (133).