Mais de 400 pessoas concentraram-se, na madrugada desta quinta-feira, à porta da Clínica de Santo António, na Reboleira, Amadora, para conseguirem marcar colonoscopias com anestesia que sejam comparticipadas pelo Estado.
Esta situação não é nova, tendo-se verificado espera semelhante em junho. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia este caos só se regista em Lisboa, pois no resto do país os exames são marcados com normalidade, sem que as pessoas tenham que acampar para conseguir vagas.
“O que se esta a passar é aquilo que sempre se passou. Há muitos poucos prestadores para as solicitações da população. E porque é que há poucos prestadores? Porque as condições oferecidas pela tutela não são apelativas para esta zona específica da Grande Lisboa”, disse José Cotter à Rádio Renascença.
De acordo com este especialista “há outras estruturas que oferecem condições melhores aos prestadores, e, por oferecerem condições melhores aos prestadores, logicamente estes ocupam o seu tempo com essas estruturas e não com as propostas efetuadas pelo Ministério da Saúde”.
Assim, José Cotter considera que a tutela é culpada pelo caos que se verifica na capital até porque, garante, recusa-se a não dar ouvidos a quem pode trabalhar numa solução.
Recorde-se que em junho, o ministro da Saúde já havia garantido que o Ministério ia aumentar o número de entidades com as quais tem convenções para agilizar a realização destes exames.
Para já, o gabinete de Paulo Macedo escusa-se comentar, guardando as declarações para mais tarde.
