Os aspirantes a mestres da medicina que emigrem para Alemanha com o intuito de concluir o processo de aprendizagem vão ganhar o mesmo que um chefe de serviço (cargo de topo na hierarquia da medicina) em Portugal.
Um médico que faça especialidade na Alemanha pode ganhar mais do que quatro mil euros. Estes incentivos remuneratórios propostos pelos hospitais alemães advêm da escassez de profissionais na área, o que tem levado o país a reforçar cada vez mais os seus processos de recrutamento.
“As unidades são mais seletivas. Procuram mais profissionais que tenham formação, cultura e língua semelhantes. Por isso, têm apostado mais em Portugal, Espanha e Itália, em detrimento dos países de Leste ou Árabes”, referiu fonte ligada ao setor de recrutamento, em declarações ao DN.
Calcula-se que, em Portugal, a cada ano, sejam formados 1600 médicos. No ano passado, 387 emigraram. Desse conjunto, “certamente algumas dezenas foram para a Alemanha. Pagam muito melhor, pode mudar-se facilmente de especialidade e fazer a formação em locais distintos. Têm condições boas de trabalho e de futuro”, explica a mesma fonte.
Além dos quadros remuneratórios, que começam em quatro mil euros para internos e podem chegar aos sete mil para especialistas, existem ainda bónus salariais provenientes de horas-extra e serviços de urgência, que podem rendes mais umas quantas centenas de euros.
“É um fluxo aberto, porque uma vez saídos do país, dificilmente voltam. Além disso, ajudam outros a sair porque dão feedbacks positivos e há uma troca constante de informação”, garantiu José Manuel da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos.