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BES: Cerca de 150 lesados manifestaram-se em Coimbra

Cerca de 150 cidadãos lesados pela compra de papel comercial aos balcões do BES exigiram hoje, em Coimbra, ser ressarcidos das perdas financeiras, prometendo fazer a mesma reclamação ao futuro comprador do Novo Banco.

BES: Cerca de 150 lesados manifestaram-se em Coimbra
Notícias ao Minuto

13:48 - 14/05/15 por Lusa

País Reclamações

O presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Ângelo, disse aos jornalistas que o Novo Banco "está parado" na sequência dos protestos realizados por todo o país.

"Vamos fazer o mesmo" aos futuros donos do Novo Banco e "vamos pôr-lhes os olhos em bico se já não os tiverem", afirmou Ricardo Ângelo, numa ironia à possibilidade de o comprador ser oriundo da República Popular da China.

Durante duas horas, manifestantes de vários pontos do país estiveram concentrados à entrada da filial do Banco de Portugal (BP), na Baixa de Coimbra, onde exibiram cartazes e gritaram apelos dirigidos aos gestores do BP e do Novo Banco, bem como ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, entre outros responsáveis políticos.

Ricardo Ângelo aconselhou os associados da AIEPC e à generalidade dos lesados da compra de papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES), aos balcões do BES, a fazerem "a reclamação dos seus créditos nos balcões" do Novo Banco.

"A verdade é que aplicámos as nossas poupanças num produto falido e o Banco de Portugal sabia disso", declarou.

A associação, segundo o seu presidente, vai avançar com processos judiciais "contra todos os responsáveis" do papel comercial.

O Novo Banco "tem de cumprir a promessa de nos reembolsar daquilo a que temos direito", disse Alberto Neves.

O mesmo dirigente preconizou uma solução para este problema "ainda antes" da venda do Novo Banco, além de lamentar que "dois membros da AIEPC tenham cometido suicídio", alegadamente em resultado da sua condição de lesados do BES.

"Esta semana, dois associados nossos sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC), um deles na Covilhã, existindo uma relação de causa-efeito com esta situação", acusou.

Após um protesto ruidoso no largo da Portagem, junto à filial de Coimbra do Banco de Portugal, com apitos, megafones e diversos instrumentos de percussão, os manifestantes percorreram a Baixa até às instalações do Novo Banco, ao lado da Igreja de Santa Cruz.

Às 13:15, um pequeno grupo afeto à AIEPC aguardava no local pela chegada da manifestação.

Ecoava por toda a rua uma música de Jorge Palma com mais de 30 anos: "Quero o meu dinheiro de volta, tanta gente a dar-me a volta, não foi para isto que eu vim cá (...). Quero o meu dinheiro já!".

A 03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado 'banco mau' (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

[Notícia atualizada às 14h40]

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