"Cabaz do mar" leva três toneladas de peixe a domicílios

O primeiro ano do projeto "cabaz do mar", promovido por pescadores de Azenha do Mar, levou três toneladas de peixe fresco da costa de Odemira, no Alentejo, às portas de mais de uma centena de consumidores locais.

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Lusa
13/04/2015 17:51 ‧ 13/04/2015 por Lusa

País

Odemira

Em média, por semana, foram entregues 30 cabazes com três quilos de peixe já amanhado pela Associação Cultural e de Desenvolvimento de Pescadores e Moradores da Azenha do Mar, uma pequena comunidade piscatória da freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, distrito de Beja, disse hoje à agência Lusa a coordenadora do projeto, Ivânia Guerreiro.

De acordo com a responsável, os números referem-se ao período entre março e dezembro de 2014, uma vez que quase não houve movimento nos primeiros três meses deste ano, por impossibilidade de os pescadores saírem para a faina devido às condições climatéricas e do mar.

Em todo o mês de fevereiro, os barcos de pesca saíram apenas em cinco dias e este é, segundo Ivânia Guerreiro, o "maior constrangimento" deste projeto pioneiro de venda direta de peixe aos consumidores, que permite eliminar intermediários e fazer reverter um valor "mais justo" para os pescadores.

A instabilidade das entregas levou, no entanto, à desistência de quatro clientes, sendo que outros seis prescindiram do serviço por desejarem com maior frequência espécies "mais nobres", como linguado, besugo, robalo e dourada.

Mas, neste cabaz, "tudo o que vem à rede é peixe", literalmente, e um terço do seu peso, ou seja, um quilo, é composto por espécies menos valorizadas (choupa, rascasso ou bodião, entre outras).

O projeto começou em março do ano passado, por iniciativa da Taipa, uma cooperativa na área da solidariedade e do desenvolvimento, cofinanciado por fundos comunitários, estando, desde novembro, completamente nas mãos dos pescadores.

Num ano, angariaram cerca de 120 clientes, compraram uma carrinha com imagem personalizada, que é agora o "cartão-de-visita" do projeto, e disponibilizaram um sítio na Internet e uma página na rede social Facebook.

O crescimento do "cabaz do mar", motivado sobretudo pela publicidade "boca-a-boca", levou a que a associação tenha começado a comprar peixe não só na lota da Azenha do Mar, mas também nas de Entrada da Barca, igualmente na freguesia de São Teotónio, e de Vila Nova de Milfontes, esta a cerca de 45 quilómetros.

Tal aumenta os custos do cabaz, cujo preço de venda é de 22 euros desde o início do ano, mas impõe-se devido à necessidade de ter peixe em quantidade e variedade para entregar aos clientes, referiu Ivânia Guerreiro.

O projeto, ainda assim, "paga-se a si próprio", garantiu a responsável, embora "não tenha lucro", o que é compensado pelo retorno "muito bom" em termos sociais, pela visibilidade que ofereceu à comunidade piscatória.

Atualmente, o cabaz é distribuído apenas nas freguesias do litoral do concelho de Odemira, por uma questão de gestão dos custos, mas a criação de parcerias poderá permitir a expansão para as localidades do interior, onde há clientes em lista de espera desde que a iniciativa foi criada.

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