Em entrevista RTP Informação, ontem à noite, o advogado de José Sócrates tentou justificar os empréstimos concedidos por Carlos Santos Silva a José Sócrates, assumindo, quando questionado pelo jornalista, que “também” ele teve um amigo assim.
João Araújo referia-se às avultadas quantias de dinheiro (meio milhão de euros, nomeadamente) que o ex-administrador do grupo Lena terá emprestado ao amigo e ex-primeiro-ministro que está agora em prisão preventiva.
Sobre o facto de o dinheiro ser dado em numerário, e não em cheque ou transferência bancária, o causídico admite que ambos não queriam que se soubesse que estavam a ser feitos estes empréstimos e que havia despesas que tinham de ser pagas em Lisboa, quando Sócrates residia em Paris.
Em relação à prisão preventiva, João Araújo mostrou-se certo de que o seu cliente sairá da prisão até 4 de março, data limite para que tenha uma resposta ao recurso apresentado pelo defensor.
“Nem vejo como pode ser uma coisa diferente”, afirmou, depois de explicar que considera a prisão preventiva “um ato ilegal, inútil, infundamentado, injusto e injustificável”.
Confrontado com o facto de não ter apresentado, então, um pedido de habeas corpus, o advogado admitiu vir a fazê-lo, se “o rumo de normalidade desaparecer e o processo passar a ser extraordinário”.