A advogada de Carlos Santos Silva fez chegar à Justiça uma queixa por violação de correspondência, depois de o seu cliente se ter apercebido de que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) abriu um envelope que este recebeu da Suíça.
Na carta, que a AT selecionou para “averiguação aduaneira” – apesar de destinatário e remetente estarem identificados como advogados e de se conter apenas folhas de papel –, vinham discriminados movimentos bancários das contas do arguido da Operação Marquês no UBS tituladas até ao final de 2009.
Como indica o Expresso deste sábado, tratava de centenas de páginas enviadas de Genebra no dia 27 de janeiro e chegadas a Portugal a 2 de fevereiro. Só na sexta-feira chegaram ao escritório da advogada Paula Lourenço.
Os documentos em questão estiveram retidos mais de um ano no Ministério Público de Genebra, a pedido do procurador Rosário Teixeira, que só em dezembro solicitou o envio para Portugal.
Só depois disso, numa viagem a Genebra, a causídica do empresário teve conhecimento de que os dados bancários tinham sido acedidos, aptando por não recorrer.