Entre o final de 2012 e meados de 2013, Lisboa fazia parte de um esquema montado por uma célula jihadista localizada em Londres que tinha ao comando cinco portugueses emigrados: Celso e Edgar Costa, Fábio Poças, Nero Saraiva e Sandro Monteiro. De acordo com o Expresso, os cinco portugueses tratavam da manutenção e financiamento de uma espécie de rota terrorista de segurança, entre Londres e a Síria.
Pelo menos dez jihadistas britânicos conseguiram fugir à vigilância dos serviços de segurança do Reino Unido para se alistarem, sem serem referenciados pelas autoridades, nas fações pró-Al-Qaeda, antecessoras do Estado Islâmico.
Como? Tratavam-se apenas de viajantes, com uma mochila às costas, a viajar em low-cost, como centenas de outros jovens, com direção à insuspeita capital portuguesa. À chegada, eram reencaminhados para apartamentos nos arredores da cidade, em Massamá, Monte Abraão e Mem Martins.
A ideia era ficarem escondidos durante dias ou semanas, sem saírem dos apartamentos uma única vez, reduzindo ao máximo as visitas ao exterior. A única saída seria a viagem até ao aeroporto da Portela, para apanhar o primeiro voo da manhã para a Turquia, de onde seguiam, depois, para Istambul.
Mil quilómetros depois, na fronteira sul, estava alguém do exército para os receber e garantir a sua integração na Síria, onde se tornariam guerrilheiros.