Os cadáveres enviados para o gabinete do Instituto de Medicina Legal em Aveiro estão a ser enviados fora do horário de expediente deste serviço para as urgências do hospital com pulseira preta. Ou seja, uma tarefa que é exclusiva a funcionários judiciais passa agora pelos enfermeiros e médicos.
A Ordem dos Enfermeiros disse ao i que questionou a legalidade do caso à tutela, a Administração Regional de Saúde e Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, há quase dois meses e que apenas foi dito que havia sido aberta uma ação inspetiva, sem resultados públicos.
Neste momento, a Ordem enviou um comunicado às redações onde informa que a admissão de cadáveres no Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro está suspensa. “A participação em qualquer atividade ou intervenção relacionada com este procedimento, no estrito cumprimento e observância das regras de ética e deontologia profissional e do quadro legal vigente, sendo que deverão informar a Ordem dos Enfermeiros em caso de coação para a realização do mesmo”, lê-se no comunicado.
Além da triagem inédita com pulseiras pretas, os enfermeiros foram ainda encarregues de fazer o espólio de vítimas de homicídio. Ou seja, têm de listar os bens que as pessoas tinham consigo.
Na semana passada, a Ordem dos Médicos levou o caso para a Justiça com uma queixa ao Ministério Público, denunciando o caso. Ontem, o Partido Socialista também exigiu esclarecimentos ao Ministério da Saúde.