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Ativistas e moradores do Zambujal juntam-se em homenagem a Odair Moniz

Um grupo de ativistas com apoios de moradores no bairro do Zambujal, Amadora, inauguraram hoje um mural de homenagem a Odair Moniz, morto há um ano pela polícia, um caso que levou aos protestos dos bairros periféricos de Lisboa.

Ativistas e moradores do Zambujal juntam-se em homenagem a Odair Moniz

© José Carmo/Global Imagens

Lusa
18/10/2025 19:00 ‧ há 12 horas por Lusa

Entre um almoço, música e alguns discursos, os ativistas no movimento Vida Justa e moradores do bairro social juntaram-se para a homenagem ao imigrante cabo-verdiano de 43 anos, morto pelas autoridades a 21 de outubro de 2024, que incluiu um grande mural numa parede de um prédio, no qual figuram também outros três jovens do bairro, que morreram novos.

 

Um deles, Carlos Reis (conhecido por PTB) foi morto em 2003 num outro caso de violência policial, que os moradores quiseram recordar.

Os tumultos que se realizaram há um ano, dos quais o movimento Vida Justa se demarca, estão relacionados com a figura de Odair Moniz.

"Era uma pessoa muito querida, não só na nossa Comunidade, mas em várias comunidades" da zona, afirmou José Carlos, um dos promotores da iniciativa.

A ação policial tem sido uma "reincidência de comportamento" que se torna agressivo contra os moradores do bairro, disse José Carlos.

Aqui, "as intervenções policiais são realizadas de um modo distinto e é um bocado mais agressivo e realmente isso também é um fator que incomoda", afirmou o ativista, que integra o coletivo Vida Justa.

"Aproveitamos a homenagem, para homenagear outros jovens que o bairro perdeu e isto também é uma forma de mostrar que os bairros não são só a imagem de violência que os 'media' passam", afirmou José Carlos, que integra ainda o projeto ZambujArte, responsável pela pintura de vários murais no bairro.

"Pessoas que existem aqui no bairro e que são talentosas e criativas e queremos mostrar a boa imagem do bairro", ao contrário do que "passa no telejornal, em que só enfocam naquilo que é negativo".

Em paralelo, os ativistas distribuíram um pequeno livro intitulado "Manual de Sobrevivência a Intervenções Policiais", com a descrição dos direitos dos cidadãos e daquilo que deve ser o comportamento das autoridades, que "muitas vezes não é cumprido".

O texto foi construído sob a forma de diálogo, indicando quando é que a polícia pode identificar, os procedimentos adequados, o tempo de detenção ou como funcionam as revistas.

O ativista Ricardo Sequeira considerou que o comportamento das forças de segurança não tem mudado.

"Semana sim, semana sim, estamos a ver agressões das autoridades", afirmou Ricardo Sequeira, morador em Mem Martins, embora salientando que a morte de Odair Moniz trouxe uma "nova consciência social aos bairros".

O morte de Odair Moniz foi uma "demonstração daquilo que já sabia existir e houve uma vontade geral de responder", porque "as coisas não podem ser assim" e as autoridades não podem sair impunes, afirmou Ricardo Sequeira.

Por isso, a criação do manual também resulta de uma "estratégia de consciência e de sobrevivência" por parte dos moradores dos bairros sociais e das periferias de Lisboa, acrescentou.

Leia Também: Moradores do Bairro do Zambujal organizam homenagem a Odair no sábado

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