Numa nota publicada hoje no site, o SJ salientou que tem sido habitual, nos últimos tempos, "desconfiar dos jornalistas", nomeadamente quando o "poder político, económico ou judicial se sente incomodado".
Este comunicado surge depois do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, ter defendido, em entrevista à RTP Notícias, ser necessário "cada vez mais espírito crítico e escrutínio sobre as notícias que vão saindo".
"Porque muitas delas são absolutamente falsas. São falsas muitas das notícias que são publicadas em muitos jornais que são todos os dias vendidos aos portugueses", afirmou Hugo Soares, na entrevista de quarta-feira à noite.
O sindicato destacou que a liberdade de imprensa é garantida pela Constituição, reiterando que não aceitará que "seja corroída por discursos populistas que tentam lançar lama sobre todos os que fazem jornalismo sério".
"Criticar os jornalistas é legítimo. É até saudável. Mas pôr em causa, de forma genérica e sem provas, a integridade de toda uma classe é irresponsável e perigoso", lê-se na nota. "É um caminho que enfraquece o debate público e alimenta o terreno fértil da desinformação", acrescenta.
O SJ alertou ainda que "sem imprensa livre, o poder fala sozinho. E quando o poder fala sozinho, o país deixa de ser uma democracia".
Aos cidadãos, o sindicato apelou para o "espírito crítico", mas informado, defendendo que a liberdade de imprensa "não é um privilégio dos jornalistas", mas "um direito dos cidadãos a serem informados com verdade, pluralismo e independência".
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