O Presidente da República considerou hoje que o crescimento económico em Portugal não tem todo o reflexo desejado na vida dos "quase dois milhões" de portugueses que permanecem pobres ou no limiar da pobreza.
Numa mensagem publicada na página oficial da Presidência, em que assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, Marcelo Rebelo de Sousa volta a apelar à mobilização coletiva para o combate à pobreza como "desígnio nacional".
Nesta data, "associando-se à agenda das Nações Unidas", o Presidente da República "sublinha que a pobreza é uma realidade que continua infelizmente próxima em Portugal", lê-se no texto.
"Apesar de uma trajetória positiva em termos económicos, esta não tem tido tanto reflexo na vida de quase dois milhões de compatriotas quanto se desejaria, pois permanecem pobres ou no limiar da pobreza", aponta o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa enquadra a pobreza como uma condição que "envolve mais do que a falta de recursos financeiros", que "promove desigualdades, limita o acesso à habitação, ao emprego, à educação, à saúde, à cultura, inibe a participação cívica na tomada de decisões".
O Presidente da República acrescenta que "a pobreza tem um alcance que perdura durante gerações". "Fazer do combate à pobreza um desígnio nacional será um desafio que todos terá de mobilizar", defende, uma vez mais, no fim deste texto.
O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza foi instituído por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992.
Marcelo Rebelo de Sousa refere que "erradicar a pobreza em todas as suas formas e lugares é o primeiro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas e um dos maiores desafios globais, com 780 milhões de pessoas vivendo abaixo do limiar da pobreza em todo o mundo".
Também há um ano o chefe de Estado assinalou esta data através de uma mensagem escrita e pediu "maior ambição" no combate à pobreza e "mais empatia", apelando à mobilização contra esta realidade "com estratégia política e humanista".
Em outubro de 2024, o Presidente da República foi o diretor convidado da revista CAIS e escolheu como tema principal desta edição o combate à pobreza, pedindo que seja esse desafio, e sobretudo o do combate à pobreza infantil, seja assumido como "desígnio nacional" e enfrentado "com urgência e sem ilusões".
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